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As notícias do Planalto e as ações das Centrais Sindicais


01/04/2009



VALDIR VICENTE DE BARROS

Depois daquele bem sucedido ato público promovido pela UGT (União Geral dos Trabalhadores) juntamente com as demais centrais sindicais, na Avenida Paulista e principais capitais deste Brasil altaneiro, onde a classe trabalhadora demonstrou a sua insatisfação com os estragos da crise, ao abrir o site oficial do governo deparo com a matéria intitulada Banco Central prevê desemprego nos próximos meses" . Ou seja, o próprio órgão governamental está admitindo que novas desgraças virão. O desemprego aumentará neste trimestre e nos próximos meses, por causa dos efeitos da crise financeira internacional e de características típicas (sazonalidades) desta época do ano. A alta direção do BC fez tal afirmação com base nos dados do Relatório Trimestral de Inflação, divulgados na segunda-feira(30).

Enquanto nas principais praças públicas brasileiras trabalhadores unidos gritavam "Não às demissões" e, enfaticamente bradavam "Os trabalhadores não vão pagar pela crise do capital financeiro", dentre outras tantas palavras de ordem, em Brasília o Banco Central transmitia essa informação desastrosa. O relatório lembra que em janeiro a taxa de desemprego situou-se em 8,2%, um aumento de 0,2 ponto percentual acima da registrada no mesmo mês do ano passado. Segundo o BC, "mesmo que haja uma recuperação na margem da produção industrial e a despeito dos números mais animadores de vendas no varejo, a redução do nível de atividades pode se refletir em aumentos da taxa de desemprego ao logo dos próximos meses".

E tem mais. Lendo as notícias oficiais do Palácio do Planalto, através do site da Agência Brasil, encontro outra matéria, esta envolvendo o próprio Chefe da Nação. Na semana passada o presidente Lula afirmou que este não é o momento ideal para trabalhadores reivindicarem aumentos. Me causou certa estranheza principalmente por ter saído da boca de um ex-metalúrgico. Se fosse o Henrique Meirelles, do Banco Central ou o ministro Guido Mantega, da Fazenda, até que poderia ser aceitável.E aqueles sindicatos que têm data-base para suas reivindicações nesta época, como ficam? E vejam bem: Lula fez essa e outras afirmações na 17ª Feira Internacional da Indústria da Construção chegando até dizer que possivelmente seja o mais otimista de todos 190 milhões de brasileiros.

Resumindo. Nas praças públicas milhares de trabalhadores defendendo o legítimo direito que é o trabalho para o sustento de suas famílias. De outro no gabinete de um banco estatal seus dirigentes jogam um balde de água fria em cima desses pobres brasileiros. E lá de cima do Poder, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pede para que esses trabalhadores não peçam aumentos salariais. Acredito até que Lula tenha falado mais da boca para fora. Afinal de contas estava num evento envolvendo os "braços fortes" da construção civil. Agora, com relação ao anúncio de mais demissões de trabalhadores, confesso que não sei qual foi o objetivo do Banco Central. Se foi querendo frustrar as manifestações das centrais sindicais, tenho absoluta certeza de que "o tiro saiu pela culatra'.

(Valdir Vicente de Barros é Secretário de Políticas Públicas da UGT )"




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