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ARTIGOS

Ricardo Patah
Presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores - UGT


INFLUENCIADORES


05/01/2023

Para quem está procurando emprego e tem facilidade de comunicação, esse pode ser um caminho – trabalhar como influenciador. Basta um celular e uma boa capacidade de persuasão para vender produtos ou ideias nas redes sociais. O Brasil tem 9 milhões de influenciadores digitais. Pelo menos 3 vezes mais do que professores (2,2 milhões na educação básica e quase 350 mil no ensino superior). Só perdemos para os Estados Unidos, com 13,5 milhões de influenciadores.

O mercado mundial desses profissionais deve movimentar neste ano U$ 16,4 bilhões. É uma montanha de dinheiro. O Brasil, que há muito tempo convive com alto desemprego, pode aproveitar essa grande chance, especialmente os mais jovens. Temos uma população de 47 milhões de 15 a 29 anos, a maioria em busca de oportunidades.

É um mercado relativamente novo. Começou por volta de 2010, quando a produção de vídeos para o Youtube passou a ganhar destaque. Dos 9 milhões em atividade, cerca de 37% vivem disso. A grande maioria fatura entre R$ 2 mil e R$ 5 mil. Não é muito. Mas o ganho do brasileiro médio é R$ 2,5 mil, segundo o IBGE. Para trabalhar, basta um celular. Não precisa outro equipamento. É bom lembrar que neste país de 215 milhões de habitantes, temos 259 milhões de celulares. Material é que não falta.

Um influencer (assim também são conhecidos no mercado esses trabalhadores) é um produtor de conteúdos, formador de opinião, que imprime credibilidade em seu discurso na internet. A ideia é ganhar dinheiro sem sair de casa. Tem que trabalhar muito, obviamente, e ter disciplina.

Aqui vão algumas discas para começar. Dedique-se a temas que você gosta, escolha em quais canais você quer trabalhar (Instagram, YouTube. Tik Tok). Os principais nichos para um influencer são moda, beleza e comportamento. Mas há outros setores como restaurantes, programação cultural, filmes, livros, ciência e política.

E por falar em política, nas eleições deste ano, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) usou influenciadores digitais, como Bruna Marquezine e Luísa Sonza, só para citar dois exemplos, em campanhas para atrair os jovens do primeiro voto, a partir dos 16 anos, e o resultado foi ótimo: mais de 2 milhões fizeram títulos novos.

Nas eleições de 2018 e 2022, as plataformas digitais se consolidaram no debate político. A direita, de Bolsonaro e outros políticos, se organizou já na eleição passada. A esquerda entrou com mais veemência só agora, mas ainda não encontrou seus caminhos, parece. 

Quem trabalha no ramo tem que ter seguidores. É o básico. Para isso, é preciso conquistar confiança e credibilidade. Depois que você escolheu o segmento que quer divulgar, procure fazer contratos com pequenas empresas. Existem muitas que querem fechar parcerias com micro influenciadores. Mas as grandes empresas, como o Magazine Luiza, que sempre investiu em publicidade convencional, hoje afirma que o marketing digital tem grande relevância na instituição.

E tem mais. O mercado é tão promissor que grandes agências e outras grandes empresas estão criando departamentos específicos para lidar com influenciadores. As chances estão aí. É aproveitar. Estou apontando um novo caminho para que as pessoas possam sobreviver nessa complicada fase da nossa vida nacional, com juros altos e fraco crescimento econômico. Agora, que assume o novo governo, a nossa obrigação é lutar por mais empregos e qualificação profissional de todos, mas especialmente dos jovens das periferias.




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