ARTIGOS

Como há muito não acontecia, o Dia do Trabalhador, neste 2018, foi um dia de profundas reflexões e protestos contra o momento crítico pelo qual o trabalhador brasileiro vem passando: desemprego, enfraquecimento de seu poder de luta por melhores condições de trabalho. Tornou-se nítida e clara, como se fosse um filme que passa à nossa frente, a intenção de fragilização da classe trabalhadora, através do ataque ao movimento sindical.

Na teoria, um conjunto de mudanças nas leis trabalhistas. Na prática, a adoção de medidas antissindicais, levando trabalhadores a se voltarem contra seus legítimos representantes, abrindo mão inconscientemente, como uma lavagem cerebral, de seu poder de luta contra o capital que o oprime e explora.  Como se não bastasse, a introdução silenciosa e diária de tecnologias que, de um lado, nos fascinam, facilitando nosso dia a dia. De outro, porém, roubam nossos empregos, numa disputa desigual, desleal, agora com robôs e não mais com profissionais mais ou menos capacitados.

 Este ano, com muita propriedade, a nossa UGT nos proporcionou um momento de profunda reflexão, através do seminário do Dia do Trabalhador, que discutiu os impactos da 4ª Revolução Industrial no mundo do trabalho. Afinal, até que ponto o avanço tecnológico é benéfico para o cidadão?  Unânimes, professores, mestres e doutores, especialistas em economia, finanças e política, que lá estiveram, afirmaram que sem a capacidade de entendimento pleno do atual momento nós, trabalhadores, não conseguiremos apontar caminhos para a defesa de nossos interesses. É por aí...

A parte boa é que nós, cidadãos brasileiros, também estamos mudando, estamos mais atentos. Por isso, nestas eleições de 2018 creio que o perfil do eleitorado será nitidamente outro. Afinal, o país tem hoje 14 milhões de desempregados, o povo está descrente da classe política que o golpeia com a aprovação de medidas que retiram seus direitos.

 O povo clama por renovação. Quem ainda não se deu conta, é melhor se adiantar.