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ARTIGOS



Um novo sindicalismo para o país


03/07/2007

*Ricardo Patah

A cada dia fica mais evidenciado que o sindicalismo brasileiro não se renovou. Duas décadas depois do seu surgimento, as atuais centrais sindicais estão cada vez mais partidarizadas e envolvidas num processo permanente de ocupação de cargos políticos. Distantes do seu papel de articuladoras dos movimentos sociais, chegam algumas vezes a silenciar diante das necessidades, aspirações e dificuldades dos trabalhadores e da sociedade brasileira.

A principal causa para essa visão limitada e para a atual inércia do movimento sindical é a falta de unidade e de disposição de seus dirigentes em participar efetivamente de uma interlocução social não monopolística, ampla, autônoma, igualitária e ética com a sociedade brasileira. Mas o sindicalismo atual está distante da sociedade, também, por não enxergar o país além da visão do corporativismo. Hoje é impossível que o movimento sindical lute apenas pelo aumento de salários e pela redução da carga horária, quando tudo o que envolve a nova ordem econômica e social do país e do mundo tem conseqüências diretas na vida do trabalhador.

A criação de uma central que dê ao movimento sindical uma presença maior em todos os setores que afetem diretamente os trabalhadores brasileiros deverá ser o resultado do Congresso de fundação da UGT - União Geral dos Trabalhadores, marcado para o mês de julho em São Paulo.

A partir da fusão das centrais sindicais Social Democracia Sindical (SDS), Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) e Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT), a nova entidade deverá unir a classe trabalhadora em torno desse novo sindicalismo, tendo como foco o combate à desigualdade e a adoção de políticas solidárias com aqueles que se encontram excluídos do mercado de trabalho, ou seja, os desempregados, os trabalhadores na informalidade e os que estão à margem do processo produtivo.

UGT irá representar 8 milhões de trabalhadores distribuídos em mil sindicatos e atrair os quase 5 mil sindicatos que não são filiados a nenhuma central sindical, em busca de um modelo de desenvolvimento que elimine a injusta distribuição de renda hoje existente, por meio de programas de inclusão social, de qualificação e re-qualificação profissional, de proteção às mulheres, aos jovens e aos idosos, de respeito à diversidade e de promoção da igualdade de direitos e cidadania para todos os indivíduos, sem exclusões.

A base de sustentação política e institucional de uma central sindical é a prática da democracia participativa e da solidariedade nas ações de organização e defesa da classe trabalhadora e da sociedade. Disso depende a manutenção e ampliação da sua representatividade. E disso os sindicatos e associações que reúnem os trabalhadores brasileiros não devem abrir mão se quiserem fugir dos atuais limites do movimento sindical e abrir seus horizontes para a modernidade.

*Ricardo Patah

é presidente da UGT - União Geral dos Trabalhadores

e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo




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