01/09/2015
Os trabalhadores da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (Grande SP) entraram em acordo com a empresa e decidiram, em assembleia realizada na manhã desta segunda-feira (31), encerrar a greve iniciada há uma semana na unidade.
A fábrica produz caminhões, chassis para ônibus, motores, eixos e câmbios.
A proposta negociada entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a companhia abrange a reversão das 1.500 demissões anunciadas no início de agosto e a adesão da fábrica ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego).
O plano, lançado pelo governo no mês passado, permite a redução temporária da jornada de trabalho e dos salários em até 30%, com complementação de até metade da redução do salário com verbas do Fundo de Amparo ao Trabalhador (leia ao lado).
20% A MENOS
Na Mercedes, o acordo prevê a redução de 20% da jornada de trabalho por nove meses, com redução de 10% dos salários para todos os 10 mil trabalhadores da fábrica.
Os outros 10% serão financiados pelo FAT, conforme determina o programa.
Dessa forma, a empresa deixa de pagar 20%, mas o salário dos trabalhadores será reduzido em 10%.
Segundo a Mercedes, também foi acertada para o reajuste do próximo ano a aplicação de 50% do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) –no primeiro semestre deste ano, 14% dos acordos salariais foram realizados abaixo do índice.
O acordo suspende todas as demissões e garante estabilidade até o dia 31 de agosto de 2016.
Na semana passada, a companhia havia confirmado a demissão de 1.500 funcionários, a partir de setembro, mas, após a decisão da empresa, o sindicato anunciara o início da greve com 7.000 funcionários por tempo indeterminado.
A multinacional fabricante de ônibus e caminhões, que hoje conta com um quadro de 10 mil funcionários, justificara o desligamento em massa pelo excesso de pessoas trabalhando na fábrica diante da drástica queda nas vendas no mercado nacional.
Desde 2014, a empresa vinha adotado medidas como férias coletivas, lay-offs (suspensões do contrato de trabalho) e licenças remuneradas para equilibrar as contas da empresa, devido à queda das vendas –e da produção– de caminhões e ônibus.
De acordo com a Mercedes, as expectativas para o mercado de veículos comerciais em 2015 continuam negativas e não há previsão de recuperação para o próximo ano.
Fonte: Folha de S.Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores