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Aposentado coleciona 125 tratores em fazenda de Itu: Não é exagero, é amor


04/05/2016

O aposentado Jaime Roberto Brabo Carida, 60 anos, não tinha ideia do fascínio que tratores antigos exerceriam sobre sua vida até ver um deles em uma feira de veículos na Flórida, Estados Unidos, em 2001. O brasileiro ficou encantado pelo porte das máquinas e começou a procurar por elas quando voltou ao Brasil. Em poucos meses, um conhecido o levou até um Landini 1950 e foi "amor à primeira vista", como ele mesmo diz. 

 

A meta era utilizá-lo para enfeitar a fazenda da família, em Itu (SP). Mas o objeto nunca exerceu essa função. Ao contrário, ele foi restaurado e se tornou o primeiro dos atuais 125 tratores – todos não ultrapassam o ano de 1960 – em uma coleção cujo valor ultrapassa R$ 2,5 milhões. 

 

"Quando comprei o Landini, a ideia era deixar exposto na entrada da fazenda. Mas a ação do tempo destrói as coisas e fiquei com pena. Então deixei em um galpão. Alguns meses depois adquiri outros três [tratores] em Campinas (SP) e comecei a trabalhar para deixar os veículos prontos para funcionar. Não parei mais", diverte-se. "Não é exagero. É amor."

 

As máquinas restauradas estão dispostas em quatro galpões e organizadas entre Estados Unidos e Europa e, subdivididas, em funções. Um quinto galpão guarda os veículos que ainda precisam de reparos mecânicos e funilaria. Para que eles fiquem prontos e funcionando, Carida desembolsa entre R$ 8 e R$ 10 mil.

 

"Eles chegam na fazenda completamente destruídos, enferrujados. Então a gente compra pneus, pinta e adquire itens necessários para que eles funcionem de novo. Acabo substituindo as peças que não encontro. A ideia é que eles fiquem como novos e funcionem", diz.

 

Tratores de família

 

Os tratores são adquiridos por meio de leilões, compras individuais e pela internet. Para ajudar Carida neste último item, o aposentado conta com a participação do filho mais velho, o estudante Richard James Schulz Brabo Carida, de 20 anos.

 

"Acompanho páginas sobre os veículos nas redes sociais e procuro itens na internet. Quando há uma novidade boa, aviso ao meu pai e a gente vai atrás. Já viajamos por várias partes do País para adquirir os veículos", enfatiza o jovem.

Questionado sobre quanto já gastou para devolver a funcionalidade aos mais de 100 tratores, o aposentado fica reflexivo e olha discretamente para a mulher, a analista de sistemas Sueli Schulz Brabo Carida, 52 anos, antes de cair na gargalhada. "Prefiro não pensar em um número redondo agora", diz.

 

Sueli explica o motivo dos risos: ela não compartilha da mesma paixão que o marido, mas destaca apoio incondicional ao hobby dele. "Quando ele começou a coleção, ficava bravo porque eu nunca me interessei por nada desse tipo. Até comecei a colecionar pratos, mas porque fui quase obrigada. Mas com o tempo a família inteira foi se envolvendo [com os tratores]. Ele gosta, fazer o que?", explica. Além de Richard, os dois são pais da estudante Raisa Ashley Schulz Brabo Carida, de 18 anos.

 

Hobby sério

 

Assim que os veículos chegam à fazenda, eles são cuidadosamente catalogados pelo colecionador. O aposentado anota o nome, modelo, data de fabricação, chassi e detalhes sobre o modelo original, como a cor. Esses arquivos são guardados no computador.

 

Entre os itens mais especiais da coleção, ele destaca um trator Malves 1960, um dos únicos produzidos pela indústria do Brasil – e o único brasileiro da coleção. "Além de ser muito bonito, foi muito importante para o País. É um dos que mais gosto."

 

Mas nada supera o amor que ele nutre por sua primeira máquina, o italiano Landini. Ao mostrar o veículo, o aposentado passa a mão pela lataria do trator como se acariciasse um animal de estimação. "Esse não tem jeito. Por ter sido o primeiro a gente guarda com mais carinho. Não que os outros não sejam importantes. Eles são alguns dos meus grandes tesouros", finaliza.

 

Fonte: G1


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