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Presidente da UGT debate Reforma Trabalhista na Fundação FHC


10/02/2017

Ricardo Patah, presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), participou do debate “Reforma Trabalhista: jogo de soma zero ou de soma positiva?”. O evento aconteceu na manhã desta sexta-feira (10), na Fundação Fernando Henrique Cardoso, no centro de São Paulo, e contou com a participação do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), dr. Ives Gandra Martins Filho, e do pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), professor Helio Zylberstajn.

 

Para um auditório cheio, os participantes expuseram seu ponto de vista em relação às propostas anunciadas pelo governo federal e, especialmente em duas questões, comungaram do mesmo pensamento: que as mudanças são necessárias, mas que existem fatores de convergência que precisam ser melhor discutidos.

 

Em sua palestra, Patah defendeu que o Brasil necessita de mudanças, em diversas áreas, mas que, neste momento de enfrentamento à crise, é preciso focar em ações que promovam a geração de emprego e renda para a população. Para ele, a reforma trabalhista que está em discussão não contribuirá para resolver ou minimizar essa situação. "A UGT é uma entidade reformista, mas os projetos mais prioritários, ao nosso ver, precisam ser as reformas de Estado e a fiscal, pois a reforma trabalhista não trará empregos e crescimento econômico", disse o líder ugetista.

 

Patah lembrou que uma das propostas que constam no projeto de reforma é a existência de um representante dos trabalhadores em local de trabalho. Esta é uma reivindicação importante e antiga de todo o movimento sindical, mas, da forma como foi apresentada, não está bem definida e abre preceito para, ao invés ser uma forma de melhoramento para os profissionais, ser um estorvo. “Da maneira como consta na proposta, esse representante não precisa ter vínculo com sindicatos, ou seja, ele ou ela poderá ser indicado pela empresa e terá poderes de negociação. O que sairá dessa negociação?”, indagou o sindicalista.

 

O professor Helio Zylberstajn explicou que a relação de trabalho é naturalmente conflitante: de um lado, estão os trabalhadores, querendo ganhar mais; de outro, os patrões, querendo pagar menos.  O grande segredo, segundo o acadêmico, é tentar administrar essa desavença, mas, no Brasil, isso não acontece justamente porque o sistema desconhece esse conflito. Por isso que existe uma máxima no mercado de trabalho: “não está satisfeito, procure seus direitos”.

 

“Acredito que os conflitos trabalhistas precisam ser solucionados no local de trabalho e não jogados para fora, forçando o trabalhador a procurar a justiça. Isso ajuda a inflar o sistema judiciário. A figura do representante dos trabalhadores no local de trabalho pode ser o primeiro passo para resolver esse problema, mas é preciso ter maior atenção a esse ponto, porque, da forma que está proposta, com uma representação organizada pelo patronal, perde credibilidade e força”, esclareceu o professor Helio.

 

Para o ministro Ives Gandra, bastava a reforma trabalhista ampliar as negociações coletivas. “Não precisava de uma mega reforma, bastava prestigiar as negociações”, concluiu.

 

Por Fábio Ramalho – Imprensa UGT / Fotos: FH Mendes

 

 

 


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