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No Reino Unido, salários dos homens são 9,8% mais altos que os das mulheres


06/04/2018

A apenas algumas horas do final do prazo para que as empresas do Reino Unido reportassem as diferenças de remuneração entre os sexos, os número mais recentes indicavam que três quartos das empresas britânicas pagam salários mais altos aos homens do que às mulheres, e que a disparidade média é de 9,8%.

 

Sob regras introduzidas no ano passado, empregadores britânicos com 250 ou mais trabalhadores têm de reportar a diferença entre os salários que pagam aos homens e às mulheres. O prazo limite para que os empregadores do setor público reportassem a diferença de remuneração foi a meia-noite da sexta-feira passada, enquanto o prazo para as empresas privadas foi a 0h da quinta-feira.

 

Antes do final do prazo, na quarta-feira, a primeira-ministra britânica Theresa May pediu mais ação para "eliminar a disparidade de vez, em uma geração".

 

Em artigo publicado pelo jornal Daily Telegraph, May afirmou que "o progresso na redução [da disparidade salarial] continua lento demais".

 

O portal do governo britânico sobre a disparidade salarial entre os sexos caiu na manhã de quarta-feira, diante da corrida das empresas para submeter dados dentro do prazo.

 

Por volta das 16h30 da quarta-feira, 9.648 empregadores haviam submetido dados, excedendo a estimativa governamental de que nove mil organizações, entre as quais mil entidades do setor público, teriam de reportar seus números.

 

No portal do governo, os empregadores precisam reportar números por unidades de negócios, o que significa que algumas empresas submeteram diversos conjuntos de dados separados. Cálculos do Financial Times indicam que o número de empregadores sujeitos ao requisito na verdade pode ficar próximo de 13,5 mil.

 

Um total de 1.636 empregadores do setor público - total 60% superior ao esperado - reportaram seus dados antes do final do prazo, na sexta-feira. Outros 12 empregadores do setor público submeteram dados depois do fim do prazo.

 

Com base nos dados submetidos até a tarde da quarta-feira, a disparidade salarial média entre os sexos é de 8,2% no setor privado e de 14% no setor público.

 

Os dados demonstram que os setores nos quais a disparidade é maior são a construção, onde os empregados homens ganham em média 24,9% mais do que as mulheres; os serviços financeiros e de seguros, nos quais os homens ganham em média 22,2% a mais que as mulheres; e a educação, onde a disparidade é de 19,9%.

 

DISPARIDADE

Nenhum setor oferece remuneração média mais alta para as mulheres do que para os homens, mas aqueles que registram menor disparidade incluem o de hospitalidade e serviços alimentícios, nos quais as trabalhadoras ganham em média 1% a menos do que seus colegas homens, e a saúde e assistência social, onde a remuneração média das mulheres é 1,8% mais baixa que a dos homens.

 

No entanto, existem anomalias: 51 empregadores reportaram disparidade zero de salário, tanto pela média agregada quanto pelo ponto médio da escala de pagamento, o que é estatisticamente implausível.

Cinco empresas reportaram disparidade salarial que aponta para salário médio inferior a zero, seja para as mulheres, seja para os homens, o que é impossível.

 

Mais de 220 empresas também alteraram os números submetidos originalmente - no caso da Hugo Boss, três vezes.

 

Tampouco está claro que o Escritório de Igualdades do Governo, que responde pelo portal no qual as empresas reportam dados, e a Comissão de Igualdade e Direitos Humanos (EHRC), que fiscaliza os números reportados, tenham as ferramentas de que necessitam para identificar empresas que não tenham submetido dados.

 

A EHRC disse que manterá "um registro das organizações que reportaram depois do prazo, caso ações corretivas sejam necessárias no futuro".

 

A secretária do Interior britânica Amber Rudd disse na quarta-feira que "não há desculpa absolutamente alguma para que as empresas do setor privado não sejam transparentes sobre a disparidade de pagamento entre os gêneros, no prazo disposto pela lei".

 

O Partido Conservador, que tem menos de 250 empregados, anunciou que reportaria voluntariamente os seus dados na quinta-feira. Rehman Chishti, parlamentar conservador e vice-presidente do partido, disse à BBC que a disparidade na média salarial do partido favorece as mulheres, que ganham 12,9% a mais que os homens. Os números incluem os funcionários do partido mas não os parlamentares que o representam.

 

Fonte: Folha de S.Paulo


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