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Justiça defere pedido de recuperação judicial de Viracopos


24/05/2018

O pedido de recuperação judicial da concessionária Aeroporto Viracopos Brasil, que administra o terminal de Campinas (SP), foi deferido pela juíza Bruna Marchese e Silva, da 8.ª Vara Cível, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). A dívida da companhia é de R$ 2,9 bilhões. 

 

O prazo para apresentação do plano de recuperação é de 60 dias. A juíza nomeou a consultoria Deloitte como administradora judicial da concessionária. A concessionária vive um impasse: pediu para devolver a concessão do aeroporto, mas não conseguiu fazê-lo por falta de decreto para regulamentar o tema.

 

Em nota oficial, a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos informou que a decisão "é importante para manter a eficiência no atendimento aos passageiros e clientes de Viracopos". 

 

O pedido de recuperação judicial foi feito no dia 7 de maio, em nome de três empresas: Aeroportos Brasil, companhia formada pelo grupo privado UTC, Triunfo Participações e Investimentos (TPI) – ambas envolvidas na Operação Lava Jato – e a francesa Egis; Aeroportos Brasil Viracopos (ABV), concessionária que administra o ativo e inclui a participação da estatal Infraero; e Viracopos Estacionamentos, uma subsidiária da concessionária.

 

O colapso financeiro de Viracopos foi resultado de um modelo de concessão amplamente criticado pelo mercado. “O foco era distorcido, muito mais voltado para a construção do que para a operação. As concessões atuais têm muito mais chance de sucesso”, afirma o advogado Fernando Marcondes, sócio do escritório L.O. Baptista. Viracopos foi licitada em 2012, durante o governo Dilma Rousseff. Foi arrematado por R$ 3,82 bilhões, com ágio de 159% e apostas num crescimento acelerado do volume de passageiros e carga. 

 

O que ocorreu, entretanto, foi uma retração na demanda de passageiros. A empresa que administra o Aeroporto de Viracopos investiu R$ 3 bilhões para elevar a capacidade do terminal para 25 milhões de pessoas, mas no ano passado movimentou apenas 9,2 milhões de passageiros – ou seja, a ociosidade registrada foi de 63%. 

 

Fonte: Estadão


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