18/10/2018
O número de idosos beneficiários de planos de saúde cresceu 2,5% em agosto deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2017, segundo o Iess (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar).
O percentual destoa das demais faixas etárias: houve redução de vidas de 0 a 18 anos (0,6%) e de 19 a 58 anos (0,3%).
As despesas assistenciais com pessoas de 59 anos ou mais deverão superar a soma das demais em 2030 e chegar a R$ 213,8 bilhões, diz o instituto.
A disparidade entre o número de jovens e pessoas mais velhas preocupa o setor, diz Marcos Novais, economista-chefe da Abramge (das empresas de medicina de grupo).
“A legislação impõe uma espécie de subsídio entre gerações: uma pessoa na última faixa etária não pode pagar mais do que seis vezes o valor da primeira”, afirma.
“Isso faz que o preço seja um pouco maior para jovens, e menor para idosos. É uma situação especialmente perigosa se os mais novos não entram [no mercado de saúde suplementar], parecida com o dilema da Previdência.”
O envelhecimento da população e o desemprego durante a recessão foram os principais fatores que levaram a um desnível entre faixas etárias, segundo José Cechin, diretor-executivo da Fenasaúde (que reúne grandes operadoras).
Entre possíveis soluções para a questão estão modelos de capitalização (em que o beneficiário contribui para garantir o futuro do próprio plano) e maior oferta de produtos com coparticipação e franquia, afirma Cechin.
As aquisições e fusões vão se intensificar no setor de seguros, segundo a consultoria KPMG, que fez um estudo global sobre o tema.
A maioria (80%) dos executivos de grandes empresas afirmou que há planos dessa natureza para os próximos três anos.
A principal razão para o movimento é a intenção de mudar a maneira como as operadoras obtêm suas receitas, o que a consultoria chama de modelo de negócios.
“As maiores empresas do setor querem comprar outras que deem a elas novas capacidades”, afirma Fernando Mattar, sócio da KPMG.
Adquirir concorrentes para ficar com a base de clientes também é um motivo, mas o menos comum na lista dos apresentados.
A concentração deverá levar mais tempo para acontecer no Brasil, diz Mattar, pois há incertezas econômicas.
Fonte: Folha de S.Paulo
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