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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil – STICC, Gelson Santana, recebeu na última sexta-feira (07) o Certificado Carlos Santos, dentro da programação da Semana da Consciência Negra 2018 da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

Para Gelson, é uma grande honra estar pela segunda vez entre os destaques da luta pela igualdade de direitos entre brancos e negros. “Foi um belo evento, muito importante para mim, e ressalto o trabalho da comissão organizadora, perfeito”, destacou.

Descaso com os negros

O que era para ser uma celebração acabou sendo uma triste amostra do tamanho do desrespeito ao negro no Brasil atual. “Dos 37 vereadores da nossa capital, representantes eleitos por toda a população, apenas dois, João Bosco Vaz e Sofia Cavedon, estiveram presentes neste que é um evento da própria casa legislativa. Isto ilustra o descaso com que a sociedade brasileira trata um tema tão importante, não apenas para o negro, mas para todos”, ressaltou Gelson.

O presidente do STICC questionou ainda a não existência de um feriado no Dia da Consciência Negra em Porto Alegre. “Com uma população negra tão grande, por que não é feriado aqui? No nível Estadual, a Revolução Farroupilha, que exterminou vários homens de cor, é feriado. Não tem sentido isto”.

Desigualdade salarial

Uma pesquisa recente do IBGE apontou que os trabalhadores brancos recebem, em média, acima de 75% a mais do que pardos e negros. “É por essas e outras que o Brasil é o país mais racista do mundo”, diz Gelson. “Nós, porém, somos como Mandela que, mesmo depois de décadas preso, não quis vingança, quis apenas fazer a coisa certa. Queremos igualdade”, finaliza.