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Em seu primeiro dia, Congresso da UGT promove palestras sobre a Revolução 4.0


31/05/2019

Ao longo do primeiro dia do 4º Congresso Ordinário da União Geral dos Trabalhadores (UGT), nesta quinta-feira 30, foram realizadas palestras para os mais de 800 participantes do evento, entre sindicalistas de diversas categorias de todas as regiões do Brasil e de mais de 20 países, dirigentes de outras Centrais, autoridades políticas e convidados.Ainda na parte da manhã, Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese, falou sobre a Reforma da Previdência. 

 

Clemente explicou que os sindicatos estão lutando para aumentar a proteção social, apesar do momento difícil por que passam em razão da Reforma Trabalhista e da MP 873, que tentam proteger as empresas e não deixar com que os sindicatos protejam os trabalhadores.

 

"A Previdência é um direito que, como sociedade, queremos produzir. Queremos dar uma proteção social aos idosos, às pessoas que trabalham. Para financiar a Previdência, precisamos de uma Reforma Tributária que arrecade impostos dos que hoje não pagam, justamente os mais ricos. Do jeito que foi apresentada,  a nova regra da Previdência tira dinheiro das pessoas. Quanto menos dinheiro, menos emprego, menos consumo e, finalmente, menos valorização da economia. Assim, a Reforma da Previdência proposta pelo governo hoje é, além de injusta, ineficiente do ponto de vista econômico", disse o diretor técnico do Dieese. 

 

À tarde, foi a vez da gerente da Mercedes Benz do Brasil, Luciana Urban, abordar o tema que circunda o Congresso: a Revolução 4.0.

Para Luciana, "estamos vivendo uma transição, como occoreu em todas as Revoluções anteriores. Assim, é necessária uma adaptação. Nãovai haver uma destruição, e sim uma migração das ocupações, das necessidades e prioridades. Para essa mudança, o fator humano continuará sendo o mais importante".

 

A palestrante explicou que estamos vivendo no mundo VUCA (sigla em inglês para volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade). "E, para passar por esse momento, precisamos ter seis habilidades, que são: adaptação, propósito, colaboração, conversa, transdisciplina e mentalidade exponencial."

 

Já Jana Silverman, vice-presidente do Solidarity Center,  falou sobre o retrocesso que pode ser gerado pela Revolução 4.0. "Corremos o risco de voltar à Primeira Revolução Industrial, com pessoas trabalhando 12 horas por dia, recebendo pouquíssimo, os chamados escravos modernos. Haverá mudanças difíceis e os sindicatos precisam se preparar, lutar pela instituição de políticas públicas fortes para os trabalhadores. Lutar para construir uma economia que atenda à sociedade, e não ao capital."

 

Jana reforçou, ainda, a necessidade de os sindicatos serem cada vez mais ofensivos e menos defensivos. "É preciso ir para a base, se aproximar do trabalhador e entendê-lo fora da jornada laboral, ou seja, como negro, LGBT, pai e mãe, cidadão."

 

"Os sindicatos foram criados para lutar pelo trabalho decente. É isso que deve ser feito em qualquer situação", finalizou a dirigente do Solidarity Center. 

Na sequência, o professor e pesquisador da CESIT/Unicamp, José Dari Krein, ministrou uma palestra sobre a conjuntura sindical brasileira em tempos de Revolução 4.0. "Não podemos ser contra a tecnologia. Temos que nos apropriar dela para que não seja boa só para o capital. Temos que pensar que as tecnologias não são neutras, e sim determinadas por relações de poder."

 

Krein também abordou a importância da adaptação dos sindicatos à mudança estrutural ocorrida na classe trabalhadora."Precisamos, primeiro, dar espaço para a juventude. Além disso, o sindicato deve ter um caráter mais horizontal e atender diversas categorias em uma mesma entidade, inclusive aqueles que se encontram sem emprego. Sem falar na defesa de políticas públicas que sejam universais", finalizou o professor. 




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