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Motoristas do TJ-SP podem ganhar mais que juízes iniciantes


20/10/2014

Um grupo de motoristas do Tribunal de Justiça de São Paulo tem salários que podem superar o de juízes e o do governador do Estado.

 

São ao menos cinco profissionais que, na média, receberam salários brutos entre R$ 20 mil a R$ 27 mil por mês.

 

Mesmo descontando os pagamentos eventuais, como férias ou 13º, esses valores variam de R$ 15 mil a R$ 20 mil.

 

Alguns são tão vultuosos que, em dezembro (quando é pago o 13º salário), ultrapassaram R$ 44,5 mil —ou 13 vezes acima do salário-base de motorista do TJ, de R$ 3.360,91.

 

Para comparação, um juiz em início de carreira ganha R$ 21.657. Já o governador Geraldo Alckmin (PSDB) recebe R$ 20.662 (R$ 15.455 líquidos), segundo o portal da transparência do governo paulista.

 

Os dados foram fornecidos pelo Tribunal de Justiça, após pedido da Folha, e contêm a relação de pagamentos a 776 motoristas entre setembro de 2013 e fevereiro de 2014.

 

A relação revela ainda que, além desses cinco profissionais, há outros 43 no tribunal que ganharam mais de R$ 10 mil mensais bruto, em média (incluindo verbas eventuais).

 

ADICIONAIS

 

Uma das explicações são os generosos pagamentos de horas extras. Em alguns casos, eles chegaram perto dos R$ 7.000 em um único mês.

 

Segundo a relação enviada pelo TJ, apenas um dos 13 funcionários mais bem remunerados (na média semestral) não recebeu horas extras.

 

O menor valor desse tipo foi de R$ 3.425,74, e o maior, de R$ 6.655,87, caso do motorista que auferiu R$ 44.583,17 brutos no fim de 2013. Um dos condutores ganhou também mais de R$ 1.100 em diárias.

 

Magistrados ouvidos pela Folha afirmam que entre os motoristas mais bem pagos está aquele que trabalha diretamente com o presidente da TJ, José Renato Nalini.

 

O TJ alega razão de segurança para não dizer a quem os motoristas prestam serviço. Diz ainda que não é um único servidor que dirige para o presidente do TJ. Dos 1.617 carros do judiciário paulista, 300 atendem desembargadores.

 

Segundo o próprio tribunal, o Presidente do TJ e os demais desembargadores do Conselho Superior escolhem seus motoristas de confiança.

 

Outra explicação para salários tão altos é a possibilidade de incorporar verbas após o profissional ocupar cargos comissionados.

 

Um exemplo foi um dos cinco mais bem pagos. Neste mês, ele incorporou ao já imodesto salário parte do que recebia como assistente jurídico do desembargador Celso José Pimentel, de quem também foi condutor.

 

A reportagem identificou outros casos de profissionais que passaram por cargos, como chefe do setor de Serviços. Eles voltaram ao posto de motorista, mas tiveram o salário engordado em razão da passagem pelo escalão superior.

 

A Folha solicitou os dados após ouvir relatos de servidores sobre pagamentos atípicos, em especial de horas extras, a motoristas ligados à cúpula do Judiciário paulista.

 

O candidato à função precisa ter bons antecedentes, ter concluído o ensino médio e ter em dia a carteira de habilitação categoria D, expedida há no mínimo dois anos.

 

Segundo o Datafolha, o maior salário de motorista na região metropolitana da capital é de R$ 4.014,60, e a média de remuneração dos profissionais é de R$ 1.671,10.

 

O levantamento engloba os setores de construção civil, comércio, indústria e serviços, e baseou-se em dados oficiais do Ministério do Trabalho.

 

Fonte: Uol


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