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FGTS e feriado animam o varejo, mas o fôlego do consumo é curto


14/06/2017

Puxado pelas vendas de alimentos e vestuário, o varejo surpreendeu ao registrar alta significativa em abril.

 

Mas o avanço foi muito favorecido por condições transitórias, como a liberação do dinheiro das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e o feriado de Páscoa, sinais de que o fôlego do consumidor ainda é curto e muito dependente de outro fator: o emprego.

 

Em abril, a alta do comércio varejista foi de 1% sobre março - a primeira após dois meses seguidos de queda.

 

Sobre igual período de 2016, a alta foi de 2%, interrompendo 24 meses de taxas negativas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

 

Um dos pontos que chamaram a atenção é que a alta em abril não foi disseminada por todos os setores do comércio.

 

A surpresa positiva foi puxada pelo setor de supermercados que, segundo o Itaú Unibanco, respondeu por quase metade (0,4 ponto percentual) da expansão registrada em abril sobre março.

 

Dos oito segmentos do comércio analisados pelo IBGE, metade registrou queda. Mesmo com a alta observada em abril, o nível de vendas do varejo está quase 10% abaixo do seu pico histórico, atingido em novembro de 2014.

 

Para Alejandro Padrón, economista da 4E Consultoria, o resultado positivo pode facilmente ser revertido: "Não há motivo forte o suficiente para supor que as variações vão continuar nesse ritmo".

 

Na comparação anual, lembra Thaís Zara, economista-chefe da Rosenberg Associados, a Páscoa explicou muito da variação positiva, a maior em dois anos.

 

Como em 2016 o feriado caiu em março, a comparação é feita com um abril mais fraco, que não conta com os efeitos das compras de chocolates, pescados e outros produtos vendidos na data.

 

"O primeiro semestre ainda tende a ser muito ruim para o varejo", afirma Zara.

 

Jankiel Santos, economista do Banco Haitong, diz que os bens ligados à renda -como, por exemplo, as vendas em supermercados- tem mostrado uma recuperação mais acidentada do que os bens que respondem melhor ao crédito, como automóveis.

 

O setor, afirma Santos, atingiu o fundo do poço, mas vai sair dele andando "centímetro por centímetro, e não metro por metro".

 

NAMORADOS

 

Prova das incertezas que envolvem o setor são os números díspares já divulgados sobre o Dia dos Namorados.

 

Segundo a SPC Brasil, as vendas parceladas caíram 9,61% entre os dias 5 e 11 de junho, a quarta retração seguida. Os dados da Fecomercio mostram que as vendas no período que antecede a data subiram 4,5% neste ano.

 

Uma possível explicação para a discrepância seria justamente a pouca disposição do consumidor ainda endividado para comprar a prazo. A pesquisa da SPC é feita tendo como base apenas vendas parceladas.

 

Já o FGTS, a inflação menor e a queda nos juros puxam, ainda que transitoriamente, as vendas à vista.

 

Diante dos dados mais fortes do varejo em abril, o Bradesco melhorou a projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre, de uma retração de 0,4% para uma queda menor, de 0,3%.

 

Mas a equipe econômica do banco reforça que os ajustes do mercado de trabalho seguem como importante vetor a limitar uma retomada mais forte da demanda.

 

O Itaú vê alguma recuperação do varejo nos próximos meses e ressalta que o avanço no segundo semestre também depende da estabilização do emprego. 

 

Fonte: Folha de SP


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