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Novo corte da nota de crédito do Brasil é provável, dizem economistas


15/08/2017

O esperado aumento dos deficit orçamentários neste ano e em 2018 deve ter como efeito colateral um novo corte da nota de crédito do Brasil, afirmam economistas.

 

O Brasil é considerado grau especulativo pelas três maiores agências de rating: S&P, Moody's e Fitch. A perspectiva é negativa, ou seja, há riscos de novos rebaixamentos.

 

A primeira sinalização deve ser dada pela S&P, que em maio colocou a nota do país em "credit watch". Isso significa que há pelo menos 50% de chance de haver um rebaixamento do rating, dentro do prazo de 90 dias –que termina na próxima semana.

 

Um novo corte na S&P levaria o rating a três níveis abaixo do grau de investimento (classificação que indica que é seguro investir no país, perdida em 2015).

 

Muitos fundos estrangeiros só investem em papéis de um determinado país caso ele tenha o grau de investimento. Em 2008, quando o país recebeu o selo de bom pagador, a Bolsa de São Paulo atingiu seu recorde histórico.

 

Representantes da S&P estiveram no Brasil nas últimas semanas para acompanhar a situação fiscal. Para Tony Volpon, economista-chefe do banco UBS no Brasil e ex-diretor do BC, a agência deve tomar uma decisão negativa.

 

"Só deve estar esperando o anúncio [da revisão]. Não o número em si, mas a explicação de por que o governo não atingirá a meta e o que será feito para atingir a nova", diz.

 

Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra e ex-secretário do Tesouro, afirma que a probabilidade de novo rebaixamento é elevada.

 

"A decisão sobre a meta será muito importante nessa avaliação. Não apenas o número, mas o que está por trás dele, ou seja, se a revisão ocorre por uma frustração de receitas ou se é para acomodar mais despesas", afirma.

 

Ao assumir, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) anunciou que o deficit previsto para 2016 estava subestimado e elevou a projeção para R$ 170 bilhões. Fechou o ano com R$ 159 bilhões. A mensagem era que o rombo seria reduzido gradativamente até 2020.

 

Agora, deve elevar a meta deste ano dos atuais R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões. E, a de 2018, de R$ 129 bilhões para R$ 159 bilhões.

 

Kawall diz que o cenário será ainda mais negativo se "lido" como uma derrota da área econômica ante a pressão política de empurrar o deficit para mais de R$ 159 bilhões.

 

REFORMAS

 

O equilíbrio fiscal passa por corte de despesas de modo permanente, via reforma da Previdência, por exemplo.

 

Para Rodrigo Borges, diretor da gestora Franklin Templeton, as agências deverão aguardar sinais mais firmes sobre a capacidade de o governo aprovar mudanças estruturais.

 

"As agências vão esperar para ter um ambiente claro. Não vão tomar nenhuma atitude no meio da confusão."

 

Ainda assim, diz, há um prazo claro para a tolerância das agências. "Se o governo não aprovar a reforma neste ano, no ano que vem fica mais difícil. O deadline não chegou, mas vai chegar."

 

Fonte: Folha de SP


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