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Queda da Selic permite troca de dívidas caras por baratas


11/12/2017

Em pouco mais de um ano, a taxa básica Selic caiu à metade e atingiu seu piso histórico, abrindo uma janela para consumidores que querem trocar dívidas caras por baratas. Apesar do cenário, quem quiser obter juros menores pode ter que contar com a boa vontade dos bancos e recorrer a fintechs em busca de condições melhores.

 

Desde outubro do ano passado, o Banco Central realizou dez cortes na taxa básica, levando a Selic de 14,25% ao ano para os atuais 7%, menor patamar de sua história.

 

O percentual, porém, ainda está distante da realidade de quem toma empréstimo no país. A média de juros no crédito pessoal está em 132% ao ano, indica o BC. Ainda assim, a queda pode aliviar quem pegou dinheiro emprestado nos últimos anos a uma taxa mais elevada.

 

"Quem tem dívida hoje pode pensar em trocá-la porque, com quase toda segurança, vai encontrar juros melhores do que os contratados nos últimos dois anos, no auge da crise", afirma Felipe Lemos, diretor de marketing do Bom Pra Crédito, site que faz a intermediação de empréstimos.

 

"Talvez seja a primeira vez desde que a portabilidade entrou em vigor que, de fato, compense fazer a migração da dívida", concorda Marcelo Prata, presidente do Canal do Crédito, site de comparação de empréstimos.

 

A portabilidade é a migração de uma dívida de uma instituição para outra. Para isso, é preciso levar ao outro banco um extrato do total da dívida, número do contrato e outros dados. Pelas regras do Banco Central, só a taxa de juros pode mudar —ou seja, o prazo e valor originais devem ser mantidos.

 

A outra instituição, porém, pode recusar a proposta. Na prática, migrar o empréstimo é difícil. No terceiro trimestre, reclamações envolvendo restrições a operações de troca de crédito consignado -com desconto em folha de pagamento e considerado menos arriscado- ficaram em sétimo lugar em ranking elaborado pelo BC.

 

"No Brasil, você tem dificuldade para repactuar o financiamento, e às vezes, efetivamente, você não consegue", diz César Caselani, da FGV (Fundação Getulio Vargas). "Eu não vejo no mercado brasileiro os bancos efetivamente competindo por clientes. Se competissem, ofereceriam vantagens para que eles migrassem."

 

SEM DISPUTA

 

Isso se traduz em juros muito parecidos nas maiores instituições do país. "Um banco é muito parecido com o outro no que se refere as taxas, dificilmente você vai ver um banco com um spread [diferença entre a taxa de captação e de empréstimo] muito menor que o outro", ressalta Caselani.

 

A busca por taxas menores passa pelas fintechs, start-ups do setor financeiro. "A conta da fintech é mais rápida, porque essa empresa tem interesse em aumentar sua base de clientes. Então é natural que ela repasse mais rápido a queda de juros para ganhar mercado", diz Prata, do Canal do Crédito.

 

O Cadastro Positivo, que busca concentrar informações financeiras dos consumidores, poderia ajudar a melhorar o cenário de taxas para clientes do sistema financeiro, diz Michael Viriato, professor do laboratório de finanças do Insper.

 

"Vai ajudar o emprestador a precificar melhor o cliente. Quando você é precificado com a média, o juro só aumenta, porque vem junto o risco de calote. Se você tem um histórico bom, seu crédito vai ser mais barato", diz.

 

CUIDADOS

 

Ao trocar a dívida, é importante tomar cuidado. "Isso passa por saber qual o relacionamento que o cliente tem com o banco de origem, se ele consegue negociar uma taxa melhor ou condições mais favoráveis dentro da própria instituição", diz a planejadora financeira Karoline Roma, da associação Planejar.

 

"É possível conseguir condições melhores em bancos menores, que têm mais necessidade de atrair o cliente do que os grandes", afirma.

 

O cliente também tem que prestar atenção no Custo Efetivo Total, que é quanto vai desembolsar pelo empréstimo. O banco não pode fazer a chamada venda casada, ou seja, condicionar o empréstimo com juro menor à compra de outro produto.

 

Fonte: Folha de SP




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