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Entrevista de Canindé Pegado ao O Jornal de Hoje, da cidade de Natal/RN


06/01/2015

Secretário geral da UGT – União Geral dos Trabalhadores, uma das mais importantes do País com 1.300 sindicatos, 52 federações e mais de 5 milhões de trabalhadores o norte-rio-grandense Francisco Canindé Pegado do Nascimento, que recentemente participou do Seminário China-Brasil sobre Trabalho Sindical concedeu entrevista exclusiva a `O JORNAL DE HOJE, após participar da posse da presidente Dilma Rousseff.  Canindé Pegado falou sobre assuntos ligados a UGT, últimas medidas adotadas pela presidente Dilma Rousseff, que segundo ele, algumas prejudiciais aos trabalhadores brasileiros, além de questões da política local. Sobre medidas da presidente da República ele afirmou: “trarão dificuldades, principalmente para quem está buscando o primeiro emprego”, disse o sindicalista, exemplificando o caso do seguro desemprego onde o trabalhador terá que ter 18 meses de carteira assinada para solicitar o benefício. O secretário da UGT opinou também sobre o governo Robinson Faria, mostrando-se otimista. E diz considerar ser bom para o Estado a nomeação de Gilberto Kassab para o Ministério das Cidades. Segue a entrevista:

 

O JORNAL DE HOJE – Como está o movimento sindical no Brasil?

Com uma atuação muito boa. Tem feito atividades que correspondem aos interesses dos trabalhadores. No plano nacional tem realizado movimentos para aprovar a agenda da classe trabalhadora. As pessoas entendem que é positivo quando conseguem resultados imediatos, mas isso faz parte de uma luta. Alguns acreditam que os dias do movimento estão contados. Pelo contrário, está cada vez mais forte, principalmente com a unidade de ação das principais centrais sindicais.

 

JH – E a atuação da UGT, da qual o senhor é secretário geral?

PN – Tem sua agenda específica que leva sistematicamente ao governo e ao Congresso Nacional. Essa agenda tem sido atendida em vários momentos. São reivindicações objetivas das categorias filiadas a União Geral dos Trabalhadores. Com isso participamos de todos os Conselhos da Nação onde temos a possibilidade de apresentar nossas reivindicações aprovadas em congresso e planárias da UGT.

 

JH – Como tem sido o relacionamento da instituição com o Governo Federal?

PN – Consideramos ótimo. Em nenhum momento o governo deixou de atender para discutir qualquer tema. Isso não quer dizer que tudo é atendido, mas o governo tem sido receptivo e aberto à discussão. Temos interlocutores dentro do governo que sempre nos atendem. É uma relação saudável.

 

JH – E a presidente Dilma, particularmente?

PN – De forma geral, nós trabalhadores brasileiros não estamos satisfeitos com o atendimento do governo e do Congresso Nacional. Ainda há uma agenda grande que esperamos seja atendida, principalmente a agenda unificada. O fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário, correção da tabela do Imposto de Renda, regulamentação da atividade terceirizada e correção das contas do FGTS cuja perda é de mais de 80 por cento.

 

JH – A reeleição de Dilma Rousseff foi bom para o Brasil?

PN – A UGT é uma central pluralista e não atrelada a governo. Particularmente, e como dirigentes que apoiaram entendemos que o novo mandato é importante para o País.

 

JH – O momento de estagnação no desenvolvimento do País preocupa?

PN – Preocupa a UGT porque isso traz desemprego e eleva o nível de inflação. Nesse caso a correção salarial não existe ganho. A inflação corroi. Quando se fala em pleno emprego não acreditamos nisso. O que acontece hoje é uma rápida rotatividade com o tempo de permanência no emprego muito curto. O pleno emprego anunciado pelo governo não existe de maneira positiva.

 

JH – Como os senhor vê as denúncias de corrupção nos casos chamados ‘mensalão’ e agora  ‘petrolão’?

PN – A corrupção deve ser o primeiro fator a ser resolvido para termos um  País sério onde nossos jovens e trabalhadores não fiquem decepcionados com os políticos e a falta de justiça. A corrupção em qualquer nível ou partido tem que ter novos mecanismos de combate.

 

JH – A oposição tem sido oportunista nas denúncias?

PN – Também tem sua participação e não está isenta. Acredito que a oposição presta serviço à Nação, mas  existe um certo oportunismo. A oposição é necessária em qualquer sistema, mas a corrupção também está instalada em setores da oposição

 

JH – E as medidas que Dilma Rousseff anunciou após vencer as eleições?

PN – Não gostamos da forma como foram anunciadas. Precisa haver mais discussão com os principais interlocutores que são as centrais e os empresários. São medidas que trarão dificuldades, principalmente para quem está em busca do primeiro emprego como é o caso do seguro desemprego onde o trabalhador terá que ter 18 meses de carteira assinada ininterrupta para solicitar o benefício. Essa é uma medida antipática.

 

JH – Quais os avanços e retrocessos do ciclo petista no governo?

PN – O avanço importante para os trabalhadores foi a valorização do salário-mínimo. O seguro-desemprego é pago tendo como base o salário-mínimo. Isso tirou do Congresso o debate inútil sobre o aumento do salário-mínimo onde governo e oposição, cada um puxava para seu lado. Era uma verdadeira politicagem. O retrocesso do governo foi não ter combatido a corrupção de forma sistemática.

 

JH – Os aposentados têm sido penalizados nos governos do PT?

PN – Têm sido penalizados mesmo antes dos governos petistas em razão do fator previdenciário.

 

JH – No seu entendimento o Bolsa Família é um mal necessário?

PN – Não é um mal. É necessário. É um benefício que tem de ser aprimorado para as pessoas não viverem eternamente dependentes, mas viver da geração de emprego. Pode até ser eleitoreiro, mas vem nessa condição desde o governo Fernando Henrique. Queremos que diminua o número de benefícios desde que gere emprego e renda.

 

JH – O senhor foi candidato a prefeito de São Paulo pelo PGT. Desistiu da política partidária?

PN – Não. Desisti de ser candidato. Tenho mais contribuição a dar no movimento sindical. Mas apoio os companheiros da UGT que tenham coragem de ser candidatos.

 

JH – Por que as reformas estruturais não são feitas nesse País?

PN – Na nossa visão é porque o próprio parlamento advogando em causa própria sabe que alteraria a participação dos parlamentares no processo eleitoral. Modifica totalmente a conjuntura. Pela UGT as reformas já teriam acontecido.

 

JH – O senhor tem acompanhado a política do Rio Grande do Norte?

PN – Tenho acompanhado para ver se o Estado sai dessa situação de penúria, desgaste e atraso.

 

JH – O Estado saiu agora do ciclo Alves/Maia elegendo Robinson Faria governador. E agora?

PN – Temos uma expectativa positiva com relação ao governo Robinson Faria. Alertamos no sentido de que ele governe com participação, principalmente dos trabalhadores para não fazer um governo tirado de um programa onde parte da população apoiou, mas outra não. Tem que fazer um governo participativo. Acredito que um fator positivo é ter Gilberto Kassab como ministro das Cidades. Robinson integra o PSD do ministro.  Kassab foi apoiado por grande parcela da UGT e a central tem muitos filiados a esse partido em todo o País.

 


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