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UGT Press 503: Vale tudo da notícia


10/05/2016

NICK DAVIES: a Editora Intrínseca lançou o livro "Vale tudo da notícia: o escândalo de grampos, suborno e tráfico de influência que abalou um dos maiores conglomerados de mídia do mundo". Na tradução de Marcelo Levy e em quase quinhentas páginas você fica por dentro dos bastidores da imprensa moderna. O livro retrata o rumoroso caso do tabloide inglês "News of the world", que se valia de métodos escusos para obter suas notícias. Nick Davies, o autor, conceituado repórter investigativo do "The Guardian", dedicou anos à pesquisa do caso, além de atuar diretamente em reportagens reveladoras que envolviam o magnata da mídia Rupert Murdoch. É impressionante notar os métodos e o poder que tiveram órgãos de imprensa britânicos sobre a Scotland Yard, o Parlamento e autoridades inglesas poderosas. Caso emblemático a ser estudado aqui nos trópicos.

 

INGLATERRA: estamos falando de algo que ocorreu neste século em uma das democracias mais sólidas do mundo. A Inglaterra é um exemplo de liberdade em todos os sentidos e nem mesmo o terrorismo foi capaz de modificar o seu modo de vida e sua visão de direitos individuais, como já anda ocorrendo na França e vem sendo denunciado pela CGT (Confederação Geral de Trabalhadores). País com instituições fortes e livres ficou sujeito ao poder intimidatório de jornais sensacionalistas e desprovidos de senso ético. Na Inglaterra a difamação e a injúria são tratadas com rigor.

 

IMPRENSA: apesar de todo arcabouço legal, da tradição e dos costumes, lá também a cada intimação, processo ou pedido de esclarecimento das autoridades, os jornais e as redes de televisão se juntam na grita geral pela defesa da liberdade de imprensa. É comum ver no mundo todo esse quadro e cada vez mais esses órgãos de comunicação acumulam poder. O livro nos dá uma visão do outro lado da notícia, aquilo que é feito antes de vermos algo estampado nas páginas dos jornais ou nos noticiários televisivos. Isso é sério à medida que esses veículos gozam de credibilidade e influenciam pessoas. Se as notícias não forem corretas, a sociedade está diante de uma farsa que leva a distorções. É um modelo que precisa de regulação para que sejam evitadas essas distorções e as instituições não sejam prejudicadas.

 

CONGLOMERADOS TRIANGULARES: até a primeira metade do século passado havia preocupação com o agigantamento das empresas de comunicação. Porém, de algumas décadas para cá, essas empresas cresceram muito, fizeram fusões e tornaram-se grandes conglomerados de mídia, triangulares à medida que atuam ao mesmo tempo em vários ramos da notícia, a saber, jornal, rádio e televisão. Alguns governos tentaram inibir esse poder. Por exemplo, na Argentina o grupo Clarín viu-se obrigado a se desfazer de ativos de mídia, mas o novo governo de Macri já recuou das medidas anteriormente propostas. Em países onde esse poder é visível e forte, a influência se dá inclusive nas eleições ou na aprovação de leis redutoras de direitos dos trabalhadores ou enfraquecimento dos sindicatos.

 

NEOLIBERALISMO: no epílogo do livro, Nick Davies chama atenção para essas distorções: "O neoliberalismo funcionou só para alguns. Gerou crescimento econômico que, por sua vez trouxe benefícios políticos de curto prazo aos governos que o adotaram e imensa riqueza para os donos e dirigentes das corporações que eram suas naus capitânias. Mas ... Ao permitir que a lógica dura do mercado se sobreponha a escolhas individuais, cria-se uma sociedade com o código moral de um formigueiro, onde toda vida humana é reduzida a trabalho, toda liberdade é limitada pela exigência de produção eficiente, toda fraqueza é punida, toda violência é justificada; uma sociedade em que escolas e hospitais são fechados enquanto o crime e a alienação vicejam e milhões são jogados na vala profunda do desemprego".




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