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Defensoria pública e UGT debatem situação dos venezuelanos no Brasil


26/03/2018

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) recebeu hoje em sua sede, em São Paulo, a defensora pública federal dra. Roberta Alvim.

 

Recepcionada pelo presidente da UGT, Ricardo Patah; pelo secretário Geral, Canindé Pegado; por Chiquinho Pereira, secretário de Organização e Políticas Sindicais; Roberto Santiago, Salim e Alemão, vice-presidentes da Central; Moacyr Pereira, secretário de Finanças; Marina Silva, assessora para Relações Internacionais ; e por demais membros da diretoria da UGT, a representante da Defensoria Pública da União (DPU) falou sobre a atual situação dos imigrantes venezuelanos em Roraima.

 

O objetivo do encontro foi pensar estratégias para pressionar o Governo a agir de maneira urgente na inclusão social e profissional dos imigrantes no Brasil. Vítimas de uma tragédia econômica e social produzida pela ditadura de Nicolás Maduro, os venezuelanos fogem em busca de insumos básicos como alimentação e medicamentos, de emprego e de uma nova vida.

 

Segundo a dra. Roberta, eles chegam sem parar. “O fluxo de imigrantes em Roraima continua muito intenso. Em janeiro, chegavam mil pessoas por dia. Crianças e adultos desnutridos, com fome, cheios de doenças. Estima-se que, hoje, na capital, Boa Vista, 10% da população seja de imigrantes. Acontece que o Estado é pequeno, tem uma localização geográfica isolada. Não há estrutura para receber tanta gente. Sem falar na xenofobia, que é uma realidade.”

 

A defensora conta, ainda, que, a cada esquina, há imigrantes pedindo trabalho. “Eles ficam com placas implorando emprego. Muitas vezes, trabalham por um valor muito baixo ou em troca de comida. Está acontecendo uma exploração da vulnerabilidade dos venezuelanos aliada à xenofobia, embora 30% desses imigrantes que vêm para Roraima tenham nível superior, 70% tenham ensino médio e sejam qualificados.”

 

Em relação aos povos indígenas, Roberta explica que também há um êxodo muito grande, especialmente da etnia Warao, e que há uma dificuldade enorme do Estado brasileiro em lidar com essa população, que já está em situação de cidade. “Pela cultura, pela língua, tudo é difícil. Eles estão em abrigos superlotados, com problemas de saúde.”

 

No entanto, a defensora deixa claro que as doenças não aconteceram no Brasil. Segundo ela, os imigrantes já chegam doentes, desnutridos. “O que ocorre é que esse movimento de imigração já vem acontecendo de forma acentuada desde 2016, mas só agora o Governo começou a pensar em tomar providências”, alerta Roberta.

 

A situação é, definitivamente, de uma crise humanitária. Por isso, a ideia é que a UGT, em parceria com a Solidarity Center-AFL-CIO, realize missões para visitar o local e vivenciar a situação de perto. Além disso, serão promovidos seminários de sensibilização, conscientização e debates para que se encontrem soluções. Ainda, a Central produzirá um documento a ser encaminhado ao presidente da República, Michel Temer, pedindo atitudes concretas, como hospitais, por exemplo, e a resolução dessa situação desumana com emprego, qualidade de vida e, principalmente, segurança também para os moradores locais.

 


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