30/08/2018
Esta quinta, 30 de agosto, foi o último dia do “Seminário Continental de Formação sobre Instrumentos Internacionais e a OIT”, realizado pela União Geral dos Trabalhadores (UGT) em parceria com a Confederação Sindical de Trabalhadores da América (CSA). O evento foi patrocinado pela CSC (Central Sindical Cristã) belga e coordenado pelo Ipros (Instituto de Promoção Social).
Durante quatro dias, os participantes, representantes de entidades sindicais da Argentina, Bélgica, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Haiti, República Dominicana e Venezuela, trocaram experiências e boas práticas, a fim de articular ações conjuntas e unitárias para aumentar o protagonismo da classe trabalhadora em nível global.
Os temas abordados giravam em torno de migrações, violência no local de trabalho, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), proteção social, trabalho decente e cadeias produtivas.
No último dia, os sindicalistas assistiram a uma apresentação feita por Joyce Ribeiro, assessora da Secretaria da Mulher da UGT, sobre a importância da luta pela igualdade nas relações de trabalho.
“Segundo o IBGE, o salário da mulher ainda é aproximadamente 20% menor do que o do homem. E, quando fazemos recortes por regiões do Brasil ou por raça, esse dado piora ainda mais. Em capitais da Região Sudeste, como São Paulo, esse número chega a 30%. O homem negro, por exemplo, recebe 40% menos que o branco. A mulher negra, 45% menos que o homem, sem falar nos 20% já citados. Isso, clara, impacta diretamente no rendimento familiar e na economia em geral. Por isso, é um problema de todos, e não apenas da mulher. Temos que entender que, se não houver igualdade nas relações, não há, minimamente, trabalho decente”, expôs Joyce.
A sindicalista apresentou, ainda, ações desenvolvidas pela UGT, com o objetivo de compartilhar boas práticas a serem desenvolvidas em outros países. Entre as ações, Joyce contou sobre a campanha pelo “fim da escravidão moderna”; as panfletagens para conscientização e sensibilização sobre o fim da violência, o voto consciente e o empoderamento feminino; além da Conferência Nacional de Gênero e Raça.
Ao final, os participantes tiveram a missão de reunir, em uma única frase, o principal aprendizado tirado do Seminário. A frase, construída coletivamente, ficou assim: “Construir um mundo unido, com experiências, conhecimento, relevância e participação, para continuidade e ação”.
“Essa frase nos mostra que é possível mudar, que valeu a pena o evento, o conhecimento e a troca. Os sindicatos internacionais têm que saber que podemos contar uns com os outros. Podemos ser ‘mundializados’, palavra que considero mais humanizada do que ‘globalizados’. Vamos em frente nessa luta”, disse Annick de Ruyver, da CSC da Bélgica.
“Este evento tão importante não seria possível sem o apoio da CSC, que tanto faz pela formação dos trabalhadores e pelo sindicalismo internacional. Obrigado”, finalizou Laerte Teixeira da Costa, secretário de Políticas Sociais da CSA e vice-presidente da UGT.
Cícero Pereira, secretário adjunto de Integração das Américas da UGT, reiterou o agradecimento e ressaltou que a UGT é uma Central que visa ao sindicalismo inovador, ético e cidadão. “E assim foi, embasado nesses pilares, que esse evento aconteceu. O movimento sindical não pode ser sexista, racista nem homofóbico. Combatam isso”, disse o dirigente.
UGT - União Geral dos Trabalhadores