18/03/2021
O Projeto de Formação Político-sindical realizado pela UGT nacional, em parceria com o Instituto Solidarity Center terá continuidade durante o ano de 2021, de forma online, para sindicalistas de todas as regiões do país.
O Professor Erledes deu início ao curso informando que neste mês de março, o Curso de Formação – 3º Módulo Online, está sendo aplicado a sindicalistas das Regiões Norte e Centro-Oeste, com os temas: Organização Sindical na Atualidade; Estratégias e Panorama das Negociações Coletivas em 2020/2021 (16/03); Negociação Coletiva com Cláusulas Inclusivas; Experiências das Negociações Coletivas com o Segmento dos Bancários e dos Padeiros de São Paulo (17/03); e Técnicas de Negociação Coletiva e Recomendações do Ministério Público do Trabalho (18/03).
Na abertura do curso, Ricardo Patah, presidente Nacional da UGT, reforçou a importância da parceria com o Solidarity Center nesse Processo de Formação dos dirigentes sindicais, especialmente neste contexto da grave crise sanitária que atinge o país, o que contribuirá com a luta em defesa dos direitos, mas, principalmente, na defesa da vida dos trabalhadores.
Chiquinho Pereira, Presidente do Sindicato dos Padeiros de São Paulo e Secretário de Organização e Formação Político-sindical da UGT nacional agradeceu e ressaltou o papel do Solidarity Center no Projeto de Formação, e chamou a atenção dos sindicalistas para a necessidade de encontrar novas formas de organizar e conscientizar os trabalhadores para enfrentar as políticas nefastas do governo federal que, além de retirar direitos e promover o maior desemprego da história, tem causado a morte de milhares de brasileiros, desprezando a imediata implantação de um Programa Nacional de Vacinação para imunizar toda população brasileira.
Gustavo Garcia, Oficial de Programa do Solidarity Center no Brasil, falou que o objetivo do Instituto é contribuir com o fortalecimento dos sindicatos na base dos trabalhadores e que a parceria com a UGT vem no sentido de formar e ampliar o conhecimento dos dirigentes sindicais, reforçando a estrutura organizacional dos sindicatos para enfrentar as políticas de desmonte dos direitos trabalhistas e das entidades que representam os interesses dos trabalhadores.
O palestrante Clemente Ganz Lúcio, Sociólogo, assessor técnico das Centrais Sindicais, professor, e ex-diretor técnico do DIEESE, abordou o tema “Organização Sindical na atualidade, Estratégias e Panorama das Negociações Coletivas em 2020/2021”. Logo no início de sua exposição, o sociólogo atenta para uma reflexão, relacionando o processo de Negociação Coletiva com as alterações do Mundo do Trabalho.
Clemente alerta sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Reforma Sindical apresentada pelo governo que, entre tantas maldades, reestruturará o conceito de representatividade dos sindicatos, onde poderão existir mais de um sindicato na mesma base de trabalhadores, alterando, assim, o conceito de representação, onde o sindicato representa, além dos seus sócios, o conjunto dos trabalhadores da categoria.
Isso significa grandes riscos aos interesses dos trabalhadores brasileiro, pois, na prática, poderão existir vários sindicatos em uma mesma empresa, deixando os trabalhadores vulneráveis a maiores explorações e ao aumento da precarização na relação de trabalho.
Com as mudanças que estão ocorrendo no Mundo do Trabalho e, portanto, na relação de trabalho, seja pelo avanço da tecnologia ou pelas alterações no sistema capitalista, com políticas econômicas que não respondem às necessidades dos trabalhadores e nem do povo, é essencial que os sindicatos façam mudanças nos modelos de Negociações Coletivas existentes para garantir e preservar os interesses dos trabalhadores.
A ofensiva do capital aos direitos dos trabalhadores é uma realidade, onde, por exemplo, 140 países fizeram Reformas Trabalhistas que retiram o poder dos sindicatos, alteram a forma de contratação de trabalho, aumentam a jornada de trabalho, diminuem os salários, enfim, instituem a precarização de maneira escancarada.
Diante desse mundo em transformação, onde as mudanças no Mundo do Trabalho são uma realidade, é preciso que o Movimento Sindical Brasileiro pense em dar respostas, apresentando um novo modelo de representação e de representatividade dos trabalhadores, façam mudanças na forma de organização, na comunicação e na forma de Negociação Coletiva.
Nesse contexto, é fundamental pensar em um projeto organizativo que gere força positiva aos sindicatos, pois todos os trabalhadores que estão na atividade produtiva devem ser representados pelo sindicato para defender seus interesses. “É preciso tomar consciência política da necessidade de pensar em novas formas de estruturação e organização dos sindicatos brasileiros, pois as atuais não conseguirão dar respostas aos desafios que estão postos e, principalmente, aos que ainda estão por vir” alertou Clemente Ganz Lúcio.
Suely Torres
UGT - União Geral dos Trabalhadores