07/06/2023
Com 150 participantes, o Módulo II, do Curso de Formação Político-sindical da UGT Nacional, em Parceria com o Instituto Solidarity Center (AFL-CIO), realizado nos dias 30 e 31 de Maio, no formato online, aplicado para dirigentes sindicais do Norte e Nordeste, foi marcado por intensos debates, resultando em inúmeras Ações, que irão contribuir para ampliar as sindicalizações e, consequentemente, fortalecer as Entidades de classe.
Ricardo Patah, Presidente Nacional da UGT; Chiquinho Pereira, Secretário Nacional de Organização e Formação Político-sindical; e Gustavo Garcia, representante do Solidarity Center fizeram questão de ressaltar em suas falas durante o Ato de Abertura, a importância da Formação e do Conhecimento para os dirigentes sindicais e os trabalhadores, nesse momento de mudanças no Mundo do Trabalho e na economia mundial, e apontaram, em especial, a necessidade de defesa da democracia, ameaçada no Brasil e no mundo, pelas ideias nocivas da extrema direita.
TEMAS
E DEBATES
Durante os dois dias do Curso, o que mais chamou a atenção foi a participação dos/as dirigentes sindicais, que interagiram, de forma contundente, sobre os conteúdos dos Temas apresentados, expressando dúvidas, sugestões, questionamentos, elaborando conceitos e, o mais importante, apresentando ações concretas e objetivas relacionadas a fortalecer os sindicatos em suas bases, seja renovando os processos e formas de aproximar a entidade de suas bases, com ousadia nas sindicalizações, realização de atividades como debates, seminários e atividades culturais facilitando o envolvimento e a participação dos trabalhadores e trabalhadoras.
Os Temas expostos como “Os Desafios da Sindicalização nesses Tempos de Mudança”, palestra do professor Antônio Marx; o “Case de Sindicalização- 81 anos de História e Sindicalização do SINTATEL/SP”, apresentado pelas dirigentes Maria Edna e Cristiane do Nascimento; e a palestra da Engenheira Civil, Cristina Palmieri, sobre a “Importância dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” na vida dos trabalhadores/as, contribuíram para a troca de experiência e suscitaram desafios importantes para novos experimentos nas Ações e Políticas de Organização de inúmeros sindicatos.
No entanto, além de questões relacionadas ao dia a
dia das lutas dos sindicatos em defesa dos direitos, temas políticos e
polêmicos como “Que Sociedade Queremos? Qual é o
Papel do Movimento Sindical na Construção dessa Sociedade?” e “Os Sindicatos do
Mundo Propõem um Novo Contrato Social. PLANO DE AÇÃO: Que Campanhas as UGT’s e suas
Entidades Filiadas podem Desenvolver?”, exposto
pelo professor Erledes da Silveira, coordenador de Formação da UGT; o
apresentado pela Filósofa Marina Silva, “Um Outro País é Possível - Princípios e Possibilidades de Novos
Paradigmas a partir de Experiências Alternativas ao Modelo Dominante de
Sociedade”; e “Resgatar a Função Social da Economia,
palestra do professor Doutor Ladislau Dowbor, Economista, Professor
titular da PUC/SP reforçaram o debate sobre a situação política e econômica do
país, a necessidade do envolvimento e participação do Movimento Sindical na
luta em defesa da democracia, do governo Lula, do Meio Ambiente e das Políticas
Públicas; contra o desmonte do Estado, promovido e articulado pelos neoliberais
e o combate ao avanço da extrema direita no Brasil.
ALGUNS DESAFIOS A SEREM SEGUIDOS
No último dia do Curso, os participantes foram desafiados e
orientados a, de forma política e organizacional, elaborarem Ações Concretas nos
seus sindicatos, no sentido de enfrentar alguns dos desafios impostos pela
política neofascista do governo anterior, pelo capitalismo financeiro, pela
política econômica excludente liderada pelo Banco Central. Para isso, foram
levantados pelo Coordenador de Formação da UGT, professor Erledes da Silveira,
17 propostas, das quais, citamos algumas:
Ampliar a capacidade de interpretar a realidade e elaborar
saídas para enfrentar os desafios impostos pelo capitalismo financeiro, pelo
neoliberalismo, pelo avanço das novas tecnologias (ressaltando a Inteligência
Artificial), que têm provocado, no Brasil e no mundo, o aumento das
desigualdades, da fome, do desemprego, da destruição do meio ambiente, das
ameaças à democracia, entre tantos males;
Realizar, constantemente, cursos
de Formação Político-sindical e Social para conhecimento e/ou aperfeiçoamento
dos dirigentes, assessores e militantes sindicais;
Manter
interação não apenas com sua base, mas, também, com outras entidades de classe
e social, apoiando, efetivamente, as atividades sindicais, sociais e
políticas;
Manter
campanha permanente de sindicalização e definir metas para atingir no mínimo
50% de sindicalizados (para os sindicatos que ainda não atingiram este patamar)
e, para os que já atingiram tal patamar aumentar o percentual em pelo menos 5%
ao ano;
Implementar atividades
culturais internas à entidade sindical, promover cursos de teatro, dança,
música, oficinas de poesia etc. para os
trabalhadores/as da categoria e seus familiares a fim de tornar o
sindicato atrativo para todas e todos;
Participar dos diversos
conselhos bipartite ou tripartite de âmbitos municipal, estadual e/ou federal;
envolver-se nas associações comunitárias e outras entidades sociais.
Exigir dos patrões, (setor
privado) e dos governantes (setor público), avanços nas negociações coletivas
e/ou acordos coletivos inserindo cláusulas que defendam a preservação do meio
ambiente, o trabalho decente e valorizem os profissionais.
Desenvolver, de forma concreta
e objetiva, Projetos, Campanhas e Ações no sentido de combater a fome, a falta
de moradia, de creches, de saneamento básico e de postos de saúde com
atendimento de qualidade, entre outros, nos bairros dos grandes Centros Urbanos.
Suely Torres
Professor Antônio Marx
Professor e Economista, Dr. Ladislau Dowbor