08/01/2025
Há quarenta anos, a eleição de Tancredo Neves pelo Colégio
Eleitoral, em janeiro de 1985, inaugurava um novo período para o Brasil e seu
povo trabalhador: a redemocratização. Embora eleito por via indireta, Tancredo
foi o primeiro presidente civil após o golpe de 1964. Sua eleição marcou o fim
da ditadura militar brasileira.
Hoje, 8 de janeiro de 2025, resgatar esta memória reforça
nossa consciência sobre o valor de vivermos em um país onde a população é livre
para se organizar, para se expressar, para reivindicar mais direitos e melhores
condições de vida.
Vivemos, desde 1985, o maior período de democracia, com as
instituições funcionando e os movimentos sindical e popular podendo atuar com
liberdade.
Entretanto, insistentes reflexos de um passado recente, o
bolsonarismo saudoso da ditadura militar, nos alertam para o fato de que a
democracia é um sistema em permanente construção, que deve ser cultivado e
aprimorado sempre.
Os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília,
partiram de grupos que não aceitaram a eleição de um governo pela maioria dos
brasileiros através do voto, esse direito tão duramente conquistado. Eles
almejavam impor, de forma autoritária e violenta, uma ordem paralela. Como
descobrimos recentemente, estavam articulados com uma grande conspiração cujo
objetivo era repetir o abominável golpe de 1º de abril de 1964.
As instituições democráticas falaram mais alto e, naquele momento, agiram para debelar a usurpação de poder que assombrava a capital federal.
Todos nós devemos nos envolver nesta causa que é a defesa da democracia, sem relativizá-la em falsas interpretações. É preciso fortalecer os partidos políticos, o movimento social, as organizações de trabalhadores e as instituições que organizam nosso país. Mesmo com todos os desafios que ela apresenta, só em uma democracia podemos lutar e conquistar juntos a valorização do trabalho e o avanço social e humano.
Sem anistia aos golpistas! Não passarão!
Viva os trabalhadores e as trabalhadoras! Viva a democracia!
São Paulo, 8 de janeiro de 2025
Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos
Trabalhadores)
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos
Trabalhadores)
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores
e Trabalhadoras do Brasil)
Moacyr Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova Central
Sindical de Trabalhadores)
Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos
Brasileiros)
Nilza Pereira, secretária-geral da Intersindical
José Gozze, presidente da Pública
UGT - União Geral dos Trabalhadores