28/03/2025
O Brasil registrou uma alta na taxa de desemprego, que atingiu 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) do IBGE divulgada nesta sexta-feira (28/03). O número representa um aumento em relação ao período anterior, mas ainda assim é o melhor resultado para o mês desde 2014. Para Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), os dados demonstram que, apesar dos desafios persistentes, o país mantém avanços importantes na geração de emprego e na valorização dos rendimentos dos trabalhadores.
"A elevação do desemprego é sempre uma preocupação,
especialmente para aqueles que estão à margem do mercado de trabalho, mas é
fundamental observar o contexto mais amplo. O fato de termos um dos menores
índices para o período nos últimos 10 anos mostra que há um movimento positivo
na economia", analisa Patah.
Ricardo salientou que muitos comércios e serviços enfrentam
dificuldades para contratar, pois os jovens estão cada vez mais exigentes em
relação às condições de trabalho. Salários baixos, jornadas exaustivas no
modelo 6x1 e a falta de perspectivas de crescimento afastam a nova geração
dessas vagas.
Além disso, o aumento da escolaridade tem levado muitos a
buscar oportunidades mais qualificadas e compatíveis com suas expectativas. Com
mais acesso à educação, os jovens procuram empregos que ofereçam melhores
condições, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e oportunidades de
desenvolvimento.
Esse cenário exige uma reflexão por parte das empresas, que
precisam rever suas políticas de contratação, salários e benefícios para atrair
talentos. Se não houver mudanças, o setor continuará enfrentando dificuldades
para preencher vagas essenciais para a economia.
No entanto, o presidente da UGT alerta para a necessidade de
políticas públicas que garantam a estabilidade do emprego e a ampliação das
oportunidades no mercado de trabalho. "Ainda temos um grande número de
trabalhadores em condições precárias, seja na informalidade, seja em empregos
de baixa remuneração. Precisamos de mais investimentos na economia real,
fortalecimento da indústria e incentivos para pequenas e médias empresas, que
são grandes geradoras de emprego", defende Patah.
A UGT ressalta que é fundamental acompanhar esses
indicadores e cobrar políticas que garantam não apenas a redução do desemprego,
mas também a melhoria das condições de trabalho. "Precisamos de empregos
de qualidade, com direitos garantidos e salários dignos. O crescimento da renda
é um bom sinal, mas ele precisa ser acompanhado de segurança no emprego e
oportunidades para todos", conclui Ricardo Patah.
Com um cenário de recuperação gradual, mas ainda com desafios a serem superados, o Brasil precisa continuar avançando para garantir um mercado de trabalho mais justo e equilibrado.
UGT - União Geral dos Trabalhadores