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A União Geral dos Trabalhadores (UGT) manifesta seu reconhecimento à escolha do novo Papa Leão XIV, destacando o valor simbólico e histórico desse nome para o mundo do trabalho e para a justiça social. Como primeira central sindical brasileira a debater abertamente os impactos da inteligência artificial e das mudanças climáticas sobre os trabalhadores, a UGT vê com esperança e entusiasmo a ascensão de um pontífice que se declara abertamente comprometido com os pobres, com a dignidade humana e com a construção de um mundo mais justo em plena era tecnológica.

O nome escolhido pelo novo Papa é uma clara homenagem a Leão XIII, que, no final do século XIX, foi um marco na história da Igreja ao publicar a encíclica Rerum Novarum, verdadeiro divisor de águas para a doutrina social cristã. Foi Leão XIII quem, durante a Revolução Industrial, apontou a necessidade urgente de se garantir salários justos, dignidade no trabalho e proteção aos mais vulneráveis. Hoje, com a revolução tecnológica e a expansão acelerada da inteligência artificial, Leão XIV assume o papado num momento em que o mundo enfrenta novas formas de exclusão, desigualdade e precarização.

A escolha do nome Leão XIV indica uma continuidade e, ao mesmo tempo, uma atualização histórica da missão social da Igreja. O próprio Papa afirmou que seu pontificado buscará responder aos impactos da "nova revolução industrial", marcada pelo avanço das tecnologias digitais e da IA. A UGT, ao lado de outras organizações comprometidas com o bem-estar coletivo, vê nesse discurso uma aliança estratégica entre fé e ação concreta, espiritualidade e transformação social.

A Ordem de Santo Agostinho, à qual Leão XIV pertence, também carrega um profundo simbolismo. Fundada sobre os princípios da caridade, da fraternidade e da proximidade com os pobres, essa tradição agostiniana representa um olhar atento às dores da humanidade. A escolha de um Papa dessa congregação, aos 69 anos, sinaliza o desejo do conclave por um pontificado duradouro, comprometido com a construção de soluções reais para os desafios do século XXI.

A UGT reconhece a importância de contar com líderes espirituais e políticos que compreendam as consequências do avanço da IA sobre o mundo do trabalho. Milhões de postos de trabalho serão impactados pela automação e pela substituição de mão de obra por máquinas. É papel da Igreja, dos sindicatos, dos governos e da sociedade encontrar caminhos para proteger os direitos dos trabalhadores, garantir qualificação profissional, fomentar novas profissões e, principalmente, reduzir a pobreza crescente nos quatro cantos do planeta.

Não é por acaso que Leão XIV já esteve no Brasil quatro vezes, expressando sua afeição por nosso povo, nossa cultura — e até nossa cerveja. Esse carinho e proximidade com o Brasil trazem à tona a esperança de que, sob sua liderança, a Igreja Católica caminhe lado a lado com as necessidades reais dos povos latino-americanos e da classe trabalhadora.

A UGT, como entidade comprometida com o diálogo social, a justiça e a dignidade no trabalho, vê na figura de Leão XIV um aliado. Um Papa que compreende a gravidade das mudanças climáticas, os riscos da desigualdade tecnológica e a urgência de se pensar o futuro do trabalho não como ameaça, mas como oportunidade de inclusão, solidariedade e desenvolvimento humano.

Que o pontificado de Leão XIV seja guiado pela sabedoria de Santo Agostinho, pela justiça de Leão XIII e pela coragem de enfrentar um mundo em transformação, sempre com os olhos voltados aos que mais precisam. Assim como a UGT, ele parece saber: não há futuro sustentável sem justiça social.