16/05/2025
Representantes da sociedade
civil, sindicatos, movimentos sociais e organizações internacionais se reuniram
virtualmente, entre os dias 14 e 15 de maio, em um encontro promovido pela Women
and Gender Constituency (WGC) para debater estratégias globais de justiça
climática, transição justa e inclusão social rumo à COP30,
que será realizada em Belém do Pará. A UGT participou ativamente dos diálogos
multilíngues, acompanhando experiências e propostas de diversos países do Sul
Global.
Experiências de resistência e
reconversão no Sul Global
Diversas participantes
apresentaram experiências de base que evidenciam como comunidades do Sul Global
estão resistindo aos impactos das mudanças climáticas e construindo
alternativas sustentáveis.
Cuidado como infraestrutura e
justiça de gênero
A economista Corina Rodríguez,
da DAWN, destacou que o cuidado deve ser entendido como infraestrutura
essencial para a vida, exigindo políticas públicas redistributivas. Ela
defendeu uma transição justa feminista, centrada no bem viver e no
fortalecimento da economia do cuidado.
Representantes do Women and
Gender Constituency também enfatizaram que as falsas soluções para a crise
climática — como compensações de carbono, mercados financeiros e tecnologias
arriscadas — perpetuam a lógica patriarcal e extrativista, aprofundando
desigualdades e injustiças.
Justiça climática com inclusão
e acessibilidade
Mulheres com deficiência
compartilharam experiências de exclusão sistêmica nos processos climáticos e
reivindicaram a construção de uma transição acessível, com políticas
específicas de inclusão, participação efetiva e reconhecimento dos diferentes
corpos e necessidades.
A juventude também marcou
presença, exigindo que as futuras gerações tenham voz ativa nas decisões
climáticas e que os países do Norte reconheçam sua dívida histórica com o Sul
global.
Demandas para a COP30: justiça
climática já!
Ao final do encontro, foram
reforçadas demandas para os espaços internacionais de negociação climática,
especialmente a COP30:
As organizações alertaram que as
negociações da ONU não podem ser capturadas por corporações e interesses
privados. É preciso garantir que a transição justa seja popular, feminista,
acessível, antirracista e verdadeiramente transformadora.
Compromisso da UGT com a
justiça climática
A União Geral dos Trabalhadores (UGT) reafirma seu compromisso com uma transição justa que coloque no centro os direitos trabalhistas, a proteção socioambiental, a valorização do cuidado e a inclusão de todos os povos na construção de um futuro sustentável. Seguiremos acompanhando e fortalecendo os espaços de participação da sociedade civil rumo à COP30, em diálogo com sindicatos, movimentos sociais, juventudes e comunidades do Brasil e do mundo.
UGT - União Geral dos Trabalhadores