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Transição Justa e Justiça Climática: UGT acompanha debates globais rumo à COP30


16/05/2025

Representantes da sociedade civil, sindicatos, movimentos sociais e organizações internacionais se reuniram virtualmente, entre os dias 14 e 15 de maio, em um encontro promovido pela Women and Gender Constituency (WGC) para debater estratégias globais de justiça climática, transição justa e inclusão social rumo à COP30, que será realizada em Belém do Pará. A UGT participou ativamente dos diálogos multilíngues, acompanhando experiências e propostas de diversos países do Sul Global.

Experiências de resistência e reconversão no Sul Global

Diversas participantes apresentaram experiências de base que evidenciam como comunidades do Sul Global estão resistindo aos impactos das mudanças climáticas e construindo alternativas sustentáveis.

  • Na Colômbia, Johanna Guzmán, da rede Tierra Digna, relatou o caso das comunidades de La Guajira, que enfrentam projetos extrativistas baseados em falsas promessas de desenvolvimento. Ela denunciou os impactos da mineração de carvão e a financeirização da natureza, defendendo uma reconversão energética popular, feminista e comunitária.
  • Estefany Suárez, da Censat Agua Viva (Amigos da Terra), destacou a importância de fortalecer o papel das mulheres como defensoras ambientais, citando casos de violência contra defensoras que se opõem a megaprojetos de mineração e hidrelétricas.
  • No México, Laura Zúñiga, da Assembleia dos Povos Mudos, denunciou o aumento das ameaças contra povos indígenas e a militarização dos territórios em nome da transição energética. Ela propôs que a luta por justiça climática seja também uma luta contra o racismo ambiental e o colonialismo verde.
  • Carlos Aguilar, da Oxfam América Latina, reforçou a crítica ao modelo econômico dominante, que já superou os limites ecológicos e sociais. Para ele, a transição precisa ser redistributiva, abordando as desigualdades históricas entre o Norte e o Sul global.

Cuidado como infraestrutura e justiça de gênero

A economista Corina Rodríguez, da DAWN, destacou que o cuidado deve ser entendido como infraestrutura essencial para a vida, exigindo políticas públicas redistributivas. Ela defendeu uma transição justa feminista, centrada no bem viver e no fortalecimento da economia do cuidado.

Representantes do Women and Gender Constituency também enfatizaram que as falsas soluções para a crise climática — como compensações de carbono, mercados financeiros e tecnologias arriscadas — perpetuam a lógica patriarcal e extrativista, aprofundando desigualdades e injustiças.

Justiça climática com inclusão e acessibilidade

Mulheres com deficiência compartilharam experiências de exclusão sistêmica nos processos climáticos e reivindicaram a construção de uma transição acessível, com políticas específicas de inclusão, participação efetiva e reconhecimento dos diferentes corpos e necessidades.

A juventude também marcou presença, exigindo que as futuras gerações tenham voz ativa nas decisões climáticas e que os países do Norte reconheçam sua dívida histórica com o Sul global.

Demandas para a COP30: justiça climática já!

Ao final do encontro, foram reforçadas demandas para os espaços internacionais de negociação climática, especialmente a COP30:

  • Redistribuição de poder e recursos;
  • Cancelamento da dívida externa dos países do Sul Global;
  • Fim do financiamento de combustíveis fósseis;
  • Garantia da participação plena de mulheres, povos indígenas, pessoas com deficiência, juventudes e comunidades de base;
  • Rejeição ao “extrativismo verde” disfarçado de transição energética.

As organizações alertaram que as negociações da ONU não podem ser capturadas por corporações e interesses privados. É preciso garantir que a transição justa seja popular, feminista, acessível, antirracista e verdadeiramente transformadora.

Compromisso da UGT com a justiça climática

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) reafirma seu compromisso com uma transição justa que coloque no centro os direitos trabalhistas, a proteção socioambiental, a valorização do cuidado e a inclusão de todos os povos na construção de um futuro sustentável. Seguiremos acompanhando e fortalecendo os espaços de participação da sociedade civil rumo à COP30, em diálogo com sindicatos, movimentos sociais, juventudes e comunidades do Brasil e do mundo.






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