19/05/2025
Na manhã desta segunda-feira (19/05), a sede da União Geral dos Trabalhadores (UGT), em São Paulo, foi palco de um encontro que reuniu lideranças sindicais e sociais para uma reflexão profunda sobre os caminhos do Brasil contemporâneo. Com o tema “Desigualdade, classes sociais e os desafios do Brasil contemporâneo”, a palestra do sociólogo Jessé Souza trouxe provocações e análises fundamentais sobre a estrutura social brasileira e o papel do movimento sindical na superação das injustiças históricas.
O evento aconteceu de forma híbrida — presencial e online — e contou com a presença de representantes de diversas entidades sindicais, como os Comerciários de São Paulo, Sindicato dos Motoristas e Cobradores, STILASP, Sindicato dos Motoristas por Aplicativos, Siemaco, Fitiasp, Telefônicos, Fenascon e DIEESE. Lideranças da direção nacional da UGT também participaram ativamente, entre elas o presidente Ricardo Patah, os vice-presidentes Roberto Santiago, Enilson Simões de Moura (Alemão), Salim Reis, Cleonice Caetano e o secretário-geral Canindé Pegado.
Em sua fala, Ricardo Patah destacou a urgência de o movimento sindical sair do campo apenas do discurso e partir para ações concretas. “Desde 2017, o sindicalismo vem sendo criminalizado e apresentado como algo inútil. Mas nós somos essenciais para a manutenção do Estado Democrático de Direito e para a defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras”, afirmou o presidente da UGT, convocando as entidades a intensificarem sua presença nos territórios, nas redes sociais e nos espaços de formação.
Já o sociólogo Jessé Souza, autor de obras como “A elite do atraso: Da escravidão a Bolsonaro”, “O pobre de direita: A vingança dos bastardos” e “A ralé brasileira: Quem é e como vive”, apresentou uma análise crítica da sociedade brasileira, mostrando como as desigualdades sociais são perpetuadas por uma elite que se beneficia da exclusão e da desinformação das camadas populares. Segundo ele, o Brasil não é um país pobre, mas sim um país desigual, estruturado sobre bases históricas de exploração, desde o período escravocrata até os dias atuais.
Jessé também apontou o papel estratégico dos sindicatos na construção de uma sociedade mais justa: “O sindicato é um espaço de resistência e de mobilização. Quando é criminalizado, é porque está incomodando. É preciso valorizar esses espaços e resgatar a consciência de classe da população trabalhadora.”
O encontro na UGT foi mais do que uma palestra: foi um momento de escuta, aprendizado e mobilização. A presença de diversas categorias e entidades sindicais reforçou a importância da união do movimento sindical em torno de uma agenda comum de combate à desigualdade, ampliação da democracia e valorização do trabalho.
UGT - União Geral dos Trabalhadores