Notícias

Na manhã desta segunda-feira, 26 de maio, o presidente da UGT, Ricardo Patah, discursou em nome do Fórum das Centrais Sindicais — composto por UGT, Força Sindical, CUT, Nova Central, CTB, Intersindical, CSB e Pública — durante o seminário “O papel do setor corporativo na promoção da igualdade: caminhos possíveis”. O evento reuniu representantes de empresas, governo e movimentos sociais para debater ações concretas de combate ao racismo no ambiente de trabalho e na sociedade.

Em sua fala, Patah afirmou que o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial são temas caros a todas as centrais sindicais e, em especial, ao Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Ele lembrou que, ainda em 2004, a entidade firmou o primeiro acordo de convenção coletiva no Brasil com cláusula de cotas para trabalhadores negros no setor do comércio.

“Esse acordo iniciou um processo importante para dar oportunidade real à população afrodescendente. Em São Paulo, 35% da população é negra, mas quando olhamos para os shoppings, por exemplo, não vemos nem 1% de afrodescendentes nas lojas. Isso mostra a dimensão da desigualdade estrutural que enfrentamos”, alertou Patah.

O dirigente sindical também criticou a falsa percepção de que o Brasil seria um país livre do racismo. “Em viagens internacionais, é comum escutarmos que, por sermos a terra de Pelé, não temos racismo. Isso é um absurdo. Precisamos reparar esse erro histórico que ainda enfrentamos todos os dias”, afirmou.

Patah destacou ainda sua recente viagem à sede da ONU, ao lado do presidente Lula e dos demais presidentes das centrais sindicais. Na ocasião, ele propôs a criação do 18º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), voltado à igualdade étnico-racial. “Essa é uma luta que deve ser abraçada por toda a sociedade, independentemente do governo de plantão. O setor corporativo tem papel essencial nesse enfrentamento e precisa se comprometer com políticas afirmativas, representatividade e inclusão”, concluiu.