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Por que “ser CLT” virou sinônimo de fracasso entre os jovens?


04/06/2025

Em um fenômeno que tem ganhado força nas redes sociais, a sigla CLT, da Consolidação das Leis do Trabalho, passou a ser utilizada por crianças e adolescentes como sinônimo de fracasso ou punição. Expressões como “vai virar CLT” têm sido empregadas em tom pejorativo, refletindo uma visão distorcida sobre o emprego formal no Brasil.


A influenciadora Fabiana Sobrinho compartilhou em seu TikTok uma conversa com a filha de 12 anos. A menina expressa temor em relação a ser CLT, associando a ideia a aspectos negativos como “andar de ônibus todo dia” e “ter um chefe mandando”. Esse relato não é isolado. As redes sociais estão cheias de casos semelhantes, indicando uma tendência preocupante entre os mais jovens.


Especialistas apontam que essa percepção negativa da CLT está ligada à ascensão de discursos que exaltam o empreendedorismo e a liberdade financeira como únicos caminhos para o sucesso. A coordenadora do programa Criança e Consumo do Instituto Alana, Maria Mello, destaca que “as mensagens passadas [aos jovens] são contrárias a uma perspectiva de ganhos no longo prazo e podem afetar o presente delas”.


Além disso, a proliferação de “coaches mirins” e influenciadores digitais que desdenham da educação formal e do emprego tradicional contribui para essa visão distorcida. Frases como “não nasci para ser CLT” têm se popularizado em plataformas como TikTok e Instagram, reforçando a ideia de que o trabalho formal é sinônimo de mediocridade.


A CLT, instituída em 1943, garante direitos fundamentais aos trabalhadores brasileiros, como férias remuneradas, 13º salário, FGTS e licença-maternidade. A demonização desses direitos pode levar os jovens a desprezar conquistas históricas e a se expor a relações de trabalho precarizadas e abusivas.


Por que a CLT é importante para o trabalhador?

Diante desse cenário, especialistas defendem a importância de uma educação que valorize os direitos trabalhistas e esclareça os benefícios do emprego formal. O advogado Bruno Minoru Okajima ressalta que “o termo CLT tem sido utilizado de forma pejorativa, muitas vezes associado à ideia de rigidez ou limitação financeira”, mas que é fundamental compreender seu papel na proteção do trabalhador.


A discussão sobre a valorização da CLT entre os jovens é crucial para garantir que as futuras gerações reconheçam e preservem os direitos conquistados ao longo de anos de luta.


Fonte: UGT-Paraná




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