18/07/2025
Na manhã desta sexta-feira, 18 de julho, a região da 25 de Março, coração do comércio popular de São Paulo, foi palco de um grande ato em defesa dos empregos e da soberania do Brasil. A manifestação foi convocada pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo e pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), com apoio de diversas entidades sindicais e trabalhistas, que se uniram contra os ataques irresponsáveis do presidente norte-americano Donald Trump.
Munidos de faixas, cartazes e palavras de ordem, dirigentes sindicais, trabalhadores e trabalhadoras se concentraram em frente às lojas da 25 de Março para denunciar a tentativa de Trump de colocar em xeque a reputação do Brasil no comércio internacional. Em uma retórica distorcida, recheada de xenofobia e mentiras, Trump anunciou uma investigação com base na Seção 301 da legislação comercial dos EUA, alegando que políticas brasileiras seriam “injustificáveis, irracionais ou discriminatórias”. Em suas acusações, incluiu temas como o sistema PIX, tarifas, propriedade intelectual, desmatamento, corrupção e, surpreendentemente, citou diretamente a Rua 25 de Março.
Para o presidente do Sindicato dos Comerciários e da UGT, Ricardo Patah, trata-se de um ataque frontal à soberania brasileira e uma interferência inaceitável nos assuntos internos do país. “Sou descendente de libanês e cresci na 25 de Março. Acompanhei de perto toda a sua transformação: mudaram as mercadorias, os povos, as línguas, mas a importância da região como polo de comércio popular nunca mudou. Representamos aqui mais de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras que não aceitam ser prejudicados por um lunático que quer interferir na nossa economia e na nossa democracia.”
Patah destacou ainda que a postura de Trump é um risco concreto ao emprego e à dignidade de milhares de famílias brasileiras. “Não vamos permitir demissões ou instabilidade por conta de chantagens externas. O Brasil é um país soberano, democrático e com poderes constituídos. E é o povo brasileiro quem deve decidir o rumo do país, não um presidente estrangeiro que já demonstrou desprezo por instituições e pela verdade.”
A manifestação também teve caráter informativo, para expor as mentiras disseminadas por Trump. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e do próprio governo norte-americano mostram que, nos últimos 15 anos, os Estados Unidos acumularam um superávit de 410 bilhões de dólares na balança comercial com o Brasil. Ou seja, não há qualquer desequilíbrio prejudicial aos EUA — muito pelo contrário. O Brasil tem sido um parceiro leal, responsável e essencial para o equilíbrio comercial nas Américas.
“Trump mente. Ataca o PIX. Ataca a 25 de Março. Ataca os empregos. Ataca o Brasil”, resumiu Patah.
Além do Sindicato dos Comerciários e da UGT, o ato contou com a presença de representantes da CTB, Força Sindical, Construção Civil SP, Cargas Próprias, Federação dos Transportes, Condutores de SP, Sintratel, Metalúrgicos de Guarulhos e Região, Sindnap, Motoboys, Vigilantes, Sindbast, além de dirigentes partidários do PCdoB e dezenas de trabalhadores que manifestaram apoio direto das portas das lojas.
Com palavras de ordem como “Brasil acima da mentira!” e “Emprego sim, chantagem não!”, o movimento sindical brasileiro mostrou que está unido e alerta diante de qualquer tentativa de ingerência estrangeira.
A mensagem foi clara: o Brasil exige respeito. A 25 de Março exige respeito. Os trabalhadores exigem respeito
UGT - União Geral dos Trabalhadores