31/07/2025
A União Geral dos Trabalhadores (UGT) marcou presença no Encontro Nacional de Cipeiros e Cipeiras para o Trabalho Seguro e Saudável, realizado em 30 de julho pela Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho). Representada pela vice-presidente Cleonice Caetano e por Adir de Souza, da Secretaria de Saúde do Trabalhador, a UGT reafirmou seu compromisso com a promoção de ambientes de trabalho mais seguros, saudáveis e humanizados.
O evento reuniu representantes sindicais de todo o Brasil e contou com a expressiva participação de dirigentes sindicais da UGT de todas as regiões do País, além de cipeiras e cipeiros de diversas categorias profissionais, como comerciárias, trabalhadores em asseio e conservação, telecomunicações, condutores(as), saúde, técnicos(as) em segurança do trabalho, entre outras.
Durante os debates — conduzidos pelo diretor de Conhecimento e Tecnologia da Fundacentro, Elisio Codesquini, e pelo coordenador de Projetos, Cleiton Faria Lima — foram abordados temas urgentes, como o combate ao assédio moral e a crítica à jornada 6x1, que compromete o bem-estar dos trabalhadores ao restringir o descanso a um único dia da semana, geralmente tomado por obrigações pessoais.
A presença da vice-presidente da UGT, Cleonice Caetano, também simbolizou a importância da representatividade no movimento sindical. Mulher, negra, nordestina e oriunda da periferia, Cleonice levou à mesa as vozes de milhares de trabalhadores e trabalhadoras que enfrentam diariamente os desafios da desigualdade e da invisibilidade. Sua atuação reforça a necessidade de políticas públicas que contemplem a diversidade e garantam prevenção e segurança em todas as realidades laborais.
“É uma grande satisfação estar aqui. Falar de CIPA e ambiente de trabalho é falar de prevenção. Segurança não começa com o uso de capacetes ou EPIs, mas com planejamento, fiscalização e enfrentamento aos riscos. Precisamos falar sobre o adoecimento mental e o sofrimento silencioso dos trabalhadores e trabalhadoras”, destacou Cleonice.
Adir de Souza, por sua vez, fez um alerta sobre os efeitos da precarização intensificada após a reforma trabalhista. Em sua fala, criticou a substituição do termo “trabalhador” por “colaborador”, denunciando a retórica neoliberal que esvazia o valor do trabalho:
“Não dá para aceitar, dói no ouvido da gente ser chamado de colaborador(a). Nós não somos colaboradores, nós vendemos a nossa capacidade física e intelectual em troca de um salário. Por trás disso está uma mensagem neoliberal que desqualifica o trabalhador(a), o proletário(a) que recebe salário. Quando eu uso a palavra colaborador, quero dizer assim: você não vai receber nada.”
O Encontro foi mais uma oportunidade de fortalecer o diálogo entre instituições técnicas e o movimento sindical, reafirmando o papel essencial das CIPAs e dos sindicatos na construção de um mundo do trabalho mais digno, seguro e humano para todas e todos.
UGT - União Geral dos Trabalhadores