01/08/2025
Trabalhadoras e trabalhadores ocuparam a frente do Consulado dos Estados Unidos em diversas cidades do país nesta sexta-feira, 1º de agosto, em um forte ato em defesa da soberania nacional e contra a política tarifária imposta pelo presidente americano Donald Trump. A manifestação em São Paulo, no bairro de Santo Amaro, reunindo cerca de 500 pessoas — entre dirigentes sindicais, partidos progressistas, movimentos estudantis, coletivos de moradia e movimentos sociais.
A mobilização foi organizada pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), em articulação com outras centrais sindicais brasileiras e com o apoio da AFL-CIO, a maior central sindical dos Estados Unidos. O objetivo foi denunciar a imposição de um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, medida vista como um ataque direto à economia nacional e à soberania do Brasil.
Com faixas, cartazes e palavras de ordem como “Fora Trump”, “Soberania não se negocia” e “Prisão para os golpistas”, os manifestantes denunciaram também a tentativa de interferência política internacional sobre o Brasil e cobraram a responsabilização de envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Além de São Paulo, atos ocorreram em outras capitais e grandes cidades, como Brasília, Salvador, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte, Manaus, Florianópolis e Joinville. Em Brasília, cerca de 100 pessoas participaram do protesto, que incluiu a queima simbólica de uma bandeira dos EUA e de um boneco representando Trump. Os manifestantes também celebraram as prisões de militares réus por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e exigiram a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A UGT teve participação destacada no ato em São Paulo, com a presença dos dirigentes Josimar Andrade e Marianaldo Antônio de Medeiros, ambos do Sindicato dos Comerciários.
“Nós somos os verdadeiros patriotas. Enquanto alguns comemoram ataques ao Brasil, seguimos firmes na defesa da democracia, da soberania e do povo brasileiro. Prestamos total solidariedade ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes, alvos de ataques injustos por parte de grupos extremistas,” disse Josimar.
A manifestação também levantou outras pautas urgentes da classe trabalhadora e dos movimentos populares, como:
Fim da escala de trabalho 6x1
Isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil
Taxação dos super-ricos
Redução da jornada de trabalho sem redução salarial
Combate à pejotização irrestrita
Rejeição à flexibilização do licenciamento ambiental
Apoio ao cessar-fogo em Gaza e ajuda humanitária ao povo palestino
Ao longo do ato, ficou evidente o recado das ruas: o Brasil não aceita retrocessos nem ataques à sua soberania. A presença da AFL-CIO fortaleceu ainda mais o caráter internacionalista da manifestação, mostrando que a luta por justiça social e respeito entre os povos ultrapassa fronteiras.
Para a UGT, lutar contra medidas econômicas prejudiciais impostas de fora e defender a democracia é um dever inegociável. A entidade reafirma seu compromisso com a soberania nacional, com a justiça social e com a construção de um país mais justo, livre e democrático para todos.
UGT - União Geral dos Trabalhadores