Notícias

A International Transport Workers Federation (ITF) promoveu nos dias 14 e 15 de agosto importante workshop sobre Transporte Público e Mudanças Climáticas, no Rio de Janeiro.

O evento que contou com importantes lideranças sindicais ligadas à representação no setor de transporte, teve por objetivo discutir propostas e encaminhamentos referente aos constantes aportes tecnológicos, seus benefícios ao meio ambiente, e como tais mudanças impactam na sociedade e vida dos trabalhadores.

A entidade esteve presente do workshop com o secretário de organização e relações do trabalho, juventude e pessoas com deficiência, Nailton Francisco de Souza (Porreta), que também representou a NCST-SP e a FTTRESP.

Os desafios enfrentados com o advento das novas tecnologias foram apontados por Nailton, que chama atenção para o impacto negativo na mão de obra. E atesta com números, onde mais 50 por cento das vagas foram atingidas por mudanças nas plataformas dos ônibus.

“A mudança de carroceria para articulado e biarticulado retirou postos de trabalho nas frotas de ônibus em todo Brasil. E isto é um impacto negativo no sistema”, destacou.

A inserção da matriz energética, segundo Porreta, traz conforto e segurança para o condutor. Porém, observou as dificuldades para sua implantação em larga escala, em decorrência do alto custo – até seis vezes mais caro em relação ao movido a combustível fóssil – e da baixa eletrificação nas garagens.

Nailton destacou o trabalho de formação e qualificação profissional, que “é de suma importância para os trabalhadores deste setor, especialmente com a extinção de cobradores em diversas praças pelo país”. Citou como exemplo, a Campanha Salarial dos Condutores de SP que incluiu na Convenção Coletiva de Trabalho cursos gratuitos em parceria com o CEVAT-RESGATE.

Universalização do transporte

Olhando para o conjunto social, o dirigente pediu apoio da ITF e demais entidades ao Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 25/2023, de autoria da deputada federal Luiza Erundina, frente à universalização do transporte gratuito nos moldes do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Esta é uma política pública revolucionária que devemos apoiar no Congresso Nacional, pois quanto maior a quantidade de transporte disponível às pessoas, ajudaremos diretamente na geração de mais empregos”.

Mudanças climáticas e seus impactos

Na avaliação do diretor do Sindicato, os gases do efeito estufa, que lançam na atmosfera dióxido de carbono e gás metano, por exemplo, comprometem a saúde humana e agridem todo ecossistema.

“A definição de políticas públicas sobre o meio ambiente precisam focar em agendas governamentais dos países para o enfrentamento, que engloba investimento, fiscalização, punição e restauração das áreas degradadas”, afirmou Porreta.

Uma das propostas aprovadas no evento – que será alinhada na COP 30 no Pará – neste contexto destaca a renovação das frotas de ônibus de combustível fóssil para energia elétrica e a disposição de incentivos dos governos (federal, estadual e municipal) para a criação de políticas públicas voltadas ao transporte público universalizado para todos.

Fonte: Sindimotoristas