19/08/2025
Por Milton de Araújo
Em uma Nação justa e democrática, a comunicação é uma ferramenta social potente para promover o bem comum. Por isso, o movimento sindical toma posse desse recurso desde os primórdios, e com muito mais força agora, na era tecnológica, levando informação e conhecimento para cada trabalhador que representa com mais facilidade. É praxe, do sindicalismo, estar cara a cara com a base, seja para conscientiza-la sobre a importância dessa representatividade na vida de cada sindicalizado, seja para mostrar as ações e benfeitorias oferecidas a todos eles.
Mas para quem, infelizmente, não conhece a história do sindicalismo no mundo, e não faz a menor ideia do que vem a ser uma assembleia sindical, podemos dizer que é a ação mais legítima de um sindicato. É a reunião dos trabalhadores com suas lideranças representativas, as lideranças sindicais. Ou seja, é o momento em que a comunicação se torna efetiva ao transformar o diálogo em ação. Dessa união, nasce a Pauta de Reivindicações das mais variadas categorias de trabalhadores organizada. Esse documento se configura no principal instrumento de negociação durante as campanhas salariais. Complicou?
Descomplicando a história, o sindicato usa a manifestação extraída dos trabalhadores durante as assembleias, denominada Pauta de Reivindicações, para mostrar aos empresários contratantes o que ele precisa melhorar para tornar a vida do trabalhador digna, decente e justa. A esse movimento dá-se o nome de Campanha Salarial. Isso porque o principal item da Pauta de Reivindicações é o reajuste salarial digno, favorecendo, assim, a geração de renda – impulsionando a economia, uma vez que o salário reajustado a rigor da inflação dá ao trabalhador o poder de compra, sem o qual a economia fica desfavorecida.
Como nada é fácil para quem está na base da pirâmide socioeconômica, a Campanha Salarial começa com as assembleias e passa pelas negociações coletivas, até que seja assinado acordo entre as partes, o que nunca é fácil! E no meio desse caminho, há obstáculos muito mais complexos do que se imagina. Se por um lado, o sindicato laboral reivindica justiça social e renda; por outro, o patronato quer garantir seu lucro e diminuir seus gastos. Ou seja, enquanto não fica bom para todos, não há acordo.
Em Jundiaí e região, durante o mês de julho, o Sindicato dos Comerciários se aproxima mais da categoria com as assembleias itinerantes – um movimento pioneiro no sindicalismo comerciário paulista – realizado com apoio da Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo – Fecomerciários e da União Geral dos Trabalhadores – UGT, lideradas respectivamente pelos companheiros Luiz Carlos Motta e Ricardo Patah. É o sindicato que vai até o trabalhador.
Por uma pauta forte e presente, equipes do Sindicato percorrem todo o comércio da região onde há comerciários representados, para que ninguém deixe de fazer parte dessa luta. Os resultados contribuem para uma Campanha Salarial vitoriosa.
Uma boa Campanha Salarial é feita por sindicatos fortes, mas que encontrem empresários preparados e conscientes sobre a realidade do País, que entendam que os reflexos dos investimentos em mão de obra serão favoráveis não apenas à classe trabalhadora, mas à economia como um todo.
Com salários justos, o trabalhador consome mais. Com direitos garantidos, o empregado entrega mais e melhor. Com benefícios ampliados, o funcionário fica mais protegido contra acidentes, doenças e obtém mais recursos para família, sobretudo quando é assistido em termos de saúde, educação, lazer, cultura e qualidade de vida.
Tudo isso faz parte da luta sindical, ano a ano. E todo ano as bandeiras de luta se adequam à realidade, mas, em nenhum momento o sindicalista baixa a guarda e cede à outra parte.
A luta é árdua e constante, e o movimento sindical brasileiro ainda possui representatividade dentro e fora do País, com líderes presentes e atuantes nas agendas sindicais globais. Graças a essa força e a essa união, os trabalhadores formais ainda possuem estabilidade, direitos e dignidade, e no que depender do movimento sindical comerciário paulista, assim será.
UGT - União Geral dos Trabalhadores