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Nesta quarta-feira, 27 de agosto, em Brasília, Ricardo Patah, presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), participou do Seminário Econômico promovido pelo LIDE, que teve como tema central “O Futuro do Trabalho e os Novos Modelos Regulatórios”. Patah integrou o painel “As eventuais mudanças na legislação e os impactos na perspectiva do trabalho”, ao lado de especialistas, empresários e representantes do poder público, trazendo a voz do movimento sindical para um debate decisivo sobre o presente e o futuro das relações de trabalho no Brasil.

Em sua intervenção, Patah abordou questões fundamentais como as relações sindicais, os impactos das novas tecnologias, a crescente pejotização, a valorização da diversidade nas organizações e a gestão de pessoas em um contexto de rápidas transformações. Com uma análise crítica, ressaltou que o país vive um momento de profundas mudanças normativas e tecnológicas que desafiam a legislação e exigem um olhar atento para que o avanço não represente retrocesso social.

O dirigente também destacou iniciativas práticas do movimento sindical, citando os mutirões de emprego realizados pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo, que buscam promover a inclusão social por meio da inserção e reinserção de trabalhadores no mercado. Esses mutirões, além de oferecerem vagas, têm foco na qualificação profissional, preparando jovens e adultos para as novas exigências do mundo do trabalho.

“O trabalho decente, com salário digno, jornada e direitos assegurados abre as portas para a dignidade social. Muito mais do que uma forma de movimentar a economia e gerar riquezas, o trabalho mexe com o íntimo das pessoas, com o psicológico, com a autoestima. Pessoas com autoestima elevada têm uma família bem estruturada e contribuem para uma sociedade melhor”, afirmou Patah durante sua fala.

O presidente da UGT também fez um alerta sobre os impactos da revolução digital no cotidiano das famílias. Ele observou que o trabalho por plataformas e aplicativos, aliado a uma crescente desregulamentação nas relações laborais, tem alterado drasticamente a dinâmica social. “A preocupação é em relação aos avanços tecnológicos, pois o trabalho por plataformas, aplicativos e essa desregulamentação já vêm impactando diretamente no seio familiar. Pais negociam via WhatsApp, divulgam via Instagram, trabalham sem horário determinado, muitas vezes até de madrugada. Isso retira o tempo com os filhos, o convívio com os amigos. Mesmo quando estão em um parque ou em um restaurante, permanecem com os olhos no celular, concentrados no trabalho, o que é extremamente prejudicial para a saúde e para as relações pessoais”, destacou.

A presença de Ricardo Patah no Seminário do LIDE reforçou a importância do diálogo entre sindicatos, empresas e sociedade civil sobre os caminhos para garantir que a modernização das relações de trabalho venha acompanhada da preservação da dignidade humana e da construção de um futuro mais justo, inclusivo e equilibrado para todos os trabalhadores e trabalhadoras do país.