02/09/2025
Vivemos um momento de transformações profundas no mercado. Pela primeira vez na história, cinco gerações – Baby boomers, Geração X, Millennials, Geração Z e até a Alpha – dividem o mesmo espaço de trabalho. Esse encontro inédito abre portas para inovação, mas também traz desafios.
Além disso, a tecnologia acelera mudanças como nunca. Modelos de inteligência artificial generativa otimizam processos em segundos e colocam até os Millennials diante de um novo choque. Somado à herança da pandemia, o resultado é a necessidade de um trabalhador mais versátil, que não se limita a uma única área.
O que representa o futuro do trabalho?
O futuro do trabalho vai muito além da tecnologia. Ele reflete uma alteração no comportamento humano. As novas gerações priorizam flexibilidade, qualidade de vida, saúde mental e propósito. Os profissionais mais jovens enxergam o trabalho como uma extensão de si, e para eles, o cargo não é apenas a forma de ganhar dinheiro, mas o caminho para a realização pessoal.
Um estudo do People at Work (2023) mostrou que 41% da Geração Z está insatisfeita com as condições atuais de emprego. Esse descontentamento se conecta ao boreout, a síndrome do tédio extremo. Segundo a Gallup (2025), sete em cada dez brasileiros estão desengajados no trabalho.
Nesse cenário, surgem novas formas de carreira. O conceito de slash career (carreiras múltiplas, como médico/pintor ou advogado/professor) e o modelo T-shaped (profissionais especialistas em uma área, mas com habilidades transversais) ganham espaço e representam uma ruptura em relação ao passado, quando se esperava que alguém permanecesse a vida toda na mesma empresa e função. Hoje, experimentar diferentes caminhos tornou-se parte da construção de uma trajetória profissional mais rica e adaptável.
O choque geracional é a nova realidade
A tendência demográfica reforça esse cenário: até 2040, um em cada três brasileiros terá mais de 60 anos, segundo o IBGE (2024). Isso significa mais profissionais experientes no mercado e um convívio cada vez mais intenso entre gerações. E já vemos sinais: o número de trabalhadores da chamada “geração prateada” saltou de 5,1 milhões para 8,6 milhões em poucos anos, um crescimento de 68,9% (FGV/IBGE).
Entretanto, o estudo também mostra que mais da metade desses trabalhadores (53,8%) atua na informalidade. Portanto, mesmo ao projetar o futuro, continua sendo essencial reforçar a luta por direitos e a defesa de trabalho digno para todas as gerações.
Esse novo mundo do trabalho exige que empresas e gestores se adaptem. É preciso ouvir as necessidades de cada geração, incentivar a troca de experiências e criar ambientes mais abertos à inovação. Mais do que evitar conflitos, trata-se de aproveitar o potencial coletivo que surge justamente do encontro entre diferentes idades e trajetórias
Fonte: Siemaco-Guarulhos
UGT - União Geral dos Trabalhadores