09/09/2025
Em 2025, o Brasil celebra 203 anos de independência. Em dois séculos, muitas coisas mudaram e conquistas foram atingidas, mas a classe trabalhadora ainda enfrenta desafios e segue presa a ciclos que comprometem sua liberdade social e econômica.
Diversos fatores interferem na independência dos trabalhadores. Atualmente, a taxa de desemprego no Brasil é de 5,8%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, a menor da série histórica iniciada em 2012. Entretanto, esse percentual por si só não é suficiente para garantir condições dignas e independência real aos trabalhadores. Os altos índices de informalidade são um exemplo claro da precarização que ainda marca o mercado de trabalho brasileiro.
Entenda como esses conceitos se relacionam.
A independência não chega onde há desigualdades e precarização
A falta de oportunidades e a disparidade salarial são alguns dos motivos pelos quais os trabalhadores ainda estão longe da sua verdadeira independência.
Inclusive, o Brasil é referência em desigualdade salarial. De acordo com o 3º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado em 2025, as mulheres recebem 20,9% menos que os homens. A média dos pagamentos masculinos é de R$ 4.745,53, enquanto as profissionais ganham em torno de R$ 3.755,01; entre mulheres negras, o valor cai para R$ 2.864,39.
Além disso, vivemos outro abismo social: a remuneração de políticos e juízes federais em relação ao valor da média da população. Enquanto a renda domiciliar per capita nacional é de R$ 2.069, políticos do Executivo e Legislativo recebem R$ 44 mil e juízes federais R$ 46 mil. Ou seja, 20 vezes mais. Esses dados estão presentes no Índice de Disparidade Salarial 2025.
Um salário digno é a forma mais eficaz de se conquistar liberdade econômica, e nem a isso os brasileiros têm acesso. A precariedade afeta toda a sociedade, com exemplos claros, como os motoristas de aplicativos que trabalham até 60 horas por semana para ganhar menos de R$ 4 mil.
Trabalho decente: a busca por autonomia
Todos esses dados reforçam a luta do trabalhador por dignidade, que envolve a conquista de um trabalho decente, conceito formalizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 1999. A missão é promover igualdade de oportunidades, baseando-se em quatro pilares: direitos e princípios fundamentais do trabalho, promoção do emprego de qualidade, extensão da proteção social e diálogo social.
Essa diretriz faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, um conjunto de 17 metas globais lançadas pela ONU, que formam a Agenda 2030. É uma forma de alcançar o desenvolvimento sustentável por meio da redução da pobreza.
Todos os desafios mostram que os trabalhadores precisam vivenciar a independência do Brasil com avanços reais, não apenas com uma data.
Fonte: UGT-Paraná
UGT - União Geral dos Trabalhadores