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CONTEC cobra explicações do Itaú sobre demissões em 08/09 e reforça defesa do diálogo e do emprego


15/09/2025


Em reunião virtual realizada na tarde desta sexta-feira (12/09) com a área de Relações Sindicais do Itaú Unibanco, a CONTEC manifestou surpresa e indignação com as demissões ocorridas no dia 08/09. A maioria dos desligamentos anunciados pelo banco ocorreu em São Paulo, envolvendo bancárias e bancários que atuavam no Centro Tecnológico (CT), no CEIC e na unidade Faria Lima, em regime híbrido ou integralmente remoto.


A justificativa apresentada pelo Itaú foi a de que esses empregados estavam sendo monitorados há mais de seis meses e que teria sido detectado desempenho insuficiente no home office.

Diante da repercussão negativa da medida, que atingiu cerca de mil trabalhadores, a CONTEC convocou uma reunião emergencial com a área de Relações Sindicais do banco, por meio da COE CONTEC/ITAÚ, para cobrar explicações e reforçar a defesa do diálogo e transparência.


O presidente da CONTEC, Dr. Lourenço Ferreira do Prado, abriu os trabalhos registrando o descontentamento da entidade com o episódio, que, segundo ele, rompeu as boas práticas de relacionamento entre o banco e o movimento sindical.


“Recebemos com surpresa essa quantidade de demissões. Entendemos que houve, na prática, uma demissão em massa. O mínimo seria dialogar previamente com as entidades sindicais”, afirmou.


Lourenço também ponderou que, frente ao volume, o caso poderia ensejar provocação ao Ministério Público do Trabalho, e pediu que o banco, ao menos, considerasse critérios de mitigação social quando da dispensa, como aposentáveis, trabalhadores que desejassem sair e situações familiares mais sensíveis, além de ampliar contratações para recompor o quadro de pessoal.


Durante a reunião, o Coordenador da COE Contec/Itaú, Eduardo Israel, e os representantes das federações da CONTEC cobraram explicações detalhadas sobre os critérios utilizados no monitoramento do home office, como telemetria, tempo logado, períodos de inatividade e registro de horas extras. O movimento sindical cobrou a reavaliação imediata de casos envolvendo empregados doentes, gestantes ou com estabilidade, e defenderam a reversão das dispensas quando aplicável, além de reivindicarem que o número de admissões anunciadas pelo banco seja ampliado para reduzir o dano social provocado.


Os representantes do Itaú classificaram o caso como uma questão de ética, afirmando que a análise apontou baixa atividade recorrente de parte dos empregados em home office, em alguns casos limitada a duas ou três horas de trabalho por dia, acompanhada de registro de horas extras no mesmo período. A base de dados considerada, segundo o banco, reuniu informações de 2025, com foco nos últimos quatro a cinco meses, e passou por validação junto aos gestores. O banco informou ainda que cerca de 99% dos desligados estavam concentrados em São Paulo e que a área de Tecnologia foi a mais impactada, com estimativa de 600 a 700 desligados. Em sua defesa, o Itaú destacou que admitiu cerca de 1.200 pessoas em TI somente em 2025, até setembro, incluindo 77 no mês em curso, e que planeja realizar novas contratações até o fim do ano para recompor parte do quadro, ainda que não consiga repor todas as vagas. Ao final, informou que está reavaliando situações com impedimentos legais, como gestantes, trabalhadores em estabilidade ou em tratamento de saúde.


A CONTEC defendeu que o diálogo prévio e a negociação coletiva, previstos na CCT, são princípios que não podem ser desrespeitados, e deixou claro que, embora não tolere desvios individuais, repudia a forma como as dispensas foram realizadas.


A Confederação pediu que o banco apresente, de forma clara, quais foram os critérios usados para as demissões e que estabeleça um roteiro objetivo para reavaliar os casos de trabalhadores protegidos por lei, garantindo um canal rápido para análise dessas situações. Solicitou também que o Itaú elabore um plano de recomposição do quadro, com aumento nas contratações, e que se comprometa a criar uma mesa de negociação permanente sobre o teletrabalho e suas métricas, assegurando mais transparência e medidas de prevenção.


“O que não podemos aceitar é o volume e a forma dessas dispensas, sem o diálogo devido. Esperamos do banco respeito ao movimento sindical e transparência nos critérios.” Lourenço Prado.


A CONTEC continuará atenta ao tema, cobrando soluções do banco e reafirmando seu compromisso com a proteção do emprego e o respeito à dignidade dos bancários.


Fonte: Jéssica Alencar – ASCOM CONTEC




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