01/10/2025
Desde meu início de atividade no movimento sindical, tenho
como inspiração Martin Luther King, seja por sua história ou suas frases. Um
líder, como todos sabemos, com contribuições através do ativismo pacífico,
impulsionou conquistas significativas para os trabalhadores negros e para os
direitos civis dos afro-americanos, como a Lei dos Direitos Civis de 1964, que
proibiu a discriminação racial e de outras origens, e a Lei dos Direitos de
Voto de 1965, que assegurou o direito de voto. Além disso, ele reivindicou
salários dignos, mais empregos para a população negra e o fim da segregação e
discriminação, tanto em empregos quanto em escolas e locais públicos.
Citar ele por quê?
Simples. Ao assistir ao absurdo proposto e aprovado, por parlamentares na
Câmara dos Deputados, a PEC da Blindagem, confesso que emergiu uma dúvida:
deveria continuar acreditando nessa frase do King. Além do fato recente, protagonizado pela
maioria dos representantes do "povo" me revisitou outro momento
similar naquela Casa, exatamente no ano em que o Brasil dava os primeiros
passos em ambiente democrático depois da ditadura militar.
Durante o funcionamento da Assembleia Nacional Constituinte,
encerrada em outubro de 1988.
Naquele ano, o Senado instalou a CPI da Corrupção, destinada
a investigar denúncias de cobrança de propina para liberação de verbas
federais. Terminou como? Arquivada.
Aproveito esse relevante espaço do O Sul para lembrar que o
movimento sindical brasileiro teve uma atuação decisiva na Assembleia Nacional
Constituinte de 1988, lutando pela redemocratização do país e pela inclusão de
direitos sociais e trabalhistas na nova Constituição que são até hoje garantias
vigentes.
Claro que não vou dedicar essas linhas para listar CPI que
terminaram em pizza, mas lembro de uma que entrou, infelizmente, para nosso
acervo indesejável:
O escândalo dos anões do orçamento, desvendado em 1993, é um
dos casos mais clássicos de corrução envolvendo emendas. O esquema consistia em
fraudes no orçamento da União, como desvio de recursos para organizações
sociais fantasmas e para empreiteiras.
Como não é possível refazer o passado, proponho continuarmos
exercendo nossa indignação junto a todos os representantes públicos com
mandato. Dos vereadores aos senadores de
nossa região para terem ciência do nosso grito contra essa PEC. Não podemos nos
calar, até porque em 2026 teremos eleições e será necessário exercermos nosso
voto consciente. Mais ainda, propor um pensar sobre a gravidade de ações
danosas de alguns políticos brasileiros que apoiam e atuam em combinação com
brasileiros que fogem do país para se dedicarem, às nossas custas, à tentativa
de um novo golpe. Dessa vez de caráter econômico e social. Esses políticos não propõem ações concretas
para diminuir os cerca de 59 milhões de brasileiros estão abaixo da linha da
pobreza, o que representa 27,4% da população. Este número é o menor desde 2012,
mas, mesmo assim um absurdo. Eles não fazem nada. Preferem continuar conduzindo
seu rebanho.
Mesmo assim creio que todos aqueles que não dão eco a esses
políticos devem continuar agindo inspirados na frase do nosso líder Martin
Luther King "devemos aceitar a decepção finita, mas nunca perder a
esperança infinita “. Nele continuarei sempre acreditando e me inspirando.
UGT - União Geral dos Trabalhadores