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Há 100 anos, os comerciários já lutavam pela redução da jornada de trabalho


21/10/2025

Há um século, em 1925, a então Associação dos Empregados do Comércio de São Paulo — que daria origem ao atual Sindicato dos Comerciários de São Paulo (SECSP) — já estava nas ruas e nas páginas dos jornais denunciando as condições exaustivas de trabalho enfrentadas pelos comerciários da capital. Naquele tempo, as jornadas ultrapassavam facilmente 10 ou 12 horas diárias, sem folgas regulares, férias ou direitos garantidos. A luta pela redução da jornada de trabalho era o principal grito de resistência de uma categoria que, mesmo sem amparo legal, se organizava coletivamente por dignidade.

Um registro histórico, publicado no jornal Folha da Manhã — que anos depois se tornaria a Folha de S. Paulo — documenta esse momento. O texto da Associação denunciava o “excesso de horas” e apelava às autoridades para que reconhecessem os limites humanos do trabalho. Era o início de uma trajetória que moldaria o sindicalismo paulista e nacional.

Em 1941, o movimento dos comerciários se fortaleceu com a fusão da Associação dos Empregados do Comércio e do Sindicato União dos Comerciários, formando o Sindicato dos Empregados no Comércio de São Paulo. No dia 15 de maio daquele ano, a entidade foi oficialmente reconhecida como sindicato, tendo Miguel de Souza Santos como seu primeiro presidente. Nascia, assim, a base institucional de uma luta que já vinha sendo travada havia décadas.

Esses marcos históricos antecedem os 84 anos de existência formal do SECSP, celebrados em 2025, e revelam que a defesa de jornadas humanas e equilibradas é um fio condutor que atravessa gerações.

Hoje, cem anos depois daquele primeiro apelo publicado em jornal, o Sindicato dos Comerciários de São Paulo segue defendendo a mesma causa — agora sintetizada na luta pelo fim da escala 6x1. Essa forma de organização do trabalho, que obriga o comerciário a trabalhar seis dias seguidos e descansar apenas um, é uma herança do passado que resiste no presente. Na prática, impede a convivência familiar, limita o lazer, compromete a saúde física e mental e atinge de maneira ainda mais cruel as mulheres. Essa luta não é apenas uma reivindicação trabalhista, mas uma questão de humanidade e solidariedade.

O alicerce do sindicalismo é a solidariedade. A pauta pelo fim da escala 6x1 é muito importante para todos, mas principalmente para as mulheres, que normalmente já cumprem duplas ou triplas jornadas — trabalham, estudam, cuidam dos filhos e da casa, e ainda assim não descuidam de sua vaidade. O descanso é um direito, não um privilégio. E o Sindicato dos Comerciários de São Paulo está ao lado dessas trabalhadoras e trabalhadores que sustentam o comércio e movimentam a economia de São Paulo.

De 1925 a 2025, a história se repete, mas também se renova. Se há um século os comerciários compareciam à Câmara Municipal para exigir o limite de horas diárias, hoje o Sindicato atua em todas as frentes — no diálogo com o governo, nas negociações coletivas, nas campanhas de conscientização e nas redes sociais — para transformar a pauta do fim da escala 6x1 em realidade.

Essa continuidade de propósito mostra que, embora o tempo tenha passado, o compromisso com o bem-estar dos trabalhadores permanece o mesmo. A luta pela redução da jornada, ontem e hoje, reflete a essência de uma entidade que nasceu da união e da coragem de homens e mulheres dispostos a enfrentar as injustiças do seu tempo.

Ao olhar para trás, o Sindicato dos Comerciários de São Paulo reconhece com orgulho o legado daqueles que iniciaram essa caminhada. E ao olhar para frente, reafirma sua missão: garantir trabalho digno, descanso justo e qualidade de vida para quem faz o comércio pulsar.

Como em 1925, a voz dos comerciários segue firme, unida e solidária — porque toda conquista coletiva começa com o mesmo princípio que moveu a fundação do Sindicato: nenhum trabalhador deve ser explorado até o limite do cansaço.




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