11/11/2025
A União Geral dos Trabalhadores (UGT), por meio de seu vice-presidente estadual em Minas Gerais e presidente da Federação dos Comerciários de Belo Horizonte, José Alves Paixão, participou no dia 10 de novembro de 2025 da audiência pública na Câmara dos Deputados para debater o fim da escala de trabalho 6x1. Representando o presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, Paixão reforçou a posição da central sindical contra esse modelo de jornada, considerado desumano por impor seis dias consecutivos de trabalho para apenas um de descanso.
Em sua fala, José Alves Paixão disse "A escala 6x1 é perversa. Ela traz todo tipo de adoecimento, desde estresse até varizes nas pernas. As trabalhadoras do comércio vivem de calça comprida por causa das varizes. A mobilidade urbana é terrível. A mulher que trabalha em shopping espera, em média, 30 minutos por um ônibus pra ir pra casa. Depois disso, ela ainda cuida dos filhos e da casa. Um vale-refeição devia ser pelo menos 30 reais. Existe muita falácia — sempre que algum benefício é redirecionado pros trabalhadores, dizem que vai acabar com o comércio. Mas a escala 6x1 é que adoece e desrespeita. Espero que esse projeto passe, que não fique mais 100 anos pra gente conseguir as 36 horas. Já passou da hora de respeitar nosso tempo, nossa saúde e nossa vida."
O debate foi promovido pela Comissão de Trabalho, por meio da Subcomissão Especial da Escala de Trabalho 6x1 (CTRAB/SUBJORNA), e foi realizado no Auditório Nereu Ramos, com início às 14h26. A audiência foi convocada pelos requerimentos nº 81/2025, do deputado Luiz Gastão, e nº 114/2025, do deputado Luiz Carlos Motta.
A discussão reuniu autoridades e representantes de diversas entidades sindicais, empresariais e governamentais, entre eles o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta; o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho; o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; e o coordenador-geral de Programas de Fomento do Ministério do Empreendedorismo, Paulo Henrique Barbosa. Também estiveram presentes representantes da CNC, FECOMÉRCIO-SP, FECOSUL, CNTC, CUT, Força Sindical, CNI, CNA, CNT, UNECS, além de parlamentares e especialistas em Direito do Trabalho.
A audiência marca o início de uma série de debates que buscam construir consensos entre governo, trabalhadores e empregadores sobre a regulamentação da jornada de trabalho. A expectativa é que os encaminhamentos da subcomissão resultem em propostas legislativas que promovam jornadas mais equilibradas, humanas e compatíveis com os direitos sociais garantidos pela Constituição.
UGT - União Geral dos Trabalhadores