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A companheira Elaine Akemi, dirigente da FITIASP, participou do Curso Nacional de Negociação Coletiva e Igualdade de Gênero no Mundo do Trabalho, promovido pelo Ministério das Mulheres em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego, em Luziânia (GO). A iniciativa, que reuniu lideranças sindicais de todo o país, marcou um passo importante na construção de uma agenda mais justa e inclusiva nas relações de trabalho, especialmente para as mulheres.

Durante o curso, as participantes aprofundaram debates sobre temas fundamentais para o avanço da igualdade de oportunidades, com destaque para a Lei da Igualdade Salarial (Lei nº 14.611/2023). Essa legislação determina que empresas com mais de 100 empregados devem divulgar relatórios de transparência salarial, com informações comparativas sobre a remuneração de mulheres e homens em cargos equivalentes. O objetivo é reduzir as desigualdades históricas que ainda persistem no mercado de trabalho.

Os dados mais recentes do 4º Relatório de Transparência Salarial, apresentados durante o curso, mostram que as mulheres continuam recebendo, em média, 21% a menos que os homens, mesmo em funções semelhantes. A constatação reforça a necessidade de políticas sindicais firmes e de acompanhamento contínuo da aplicação da lei, para garantir que a igualdade salarial saia do papel e se torne uma realidade concreta.

Outro ponto de destaque nas discussões foi o plano de carreira das mulheres dirigentes sindicais, uma pauta urgente diante da realidade enfrentada por muitas trabalhadoras que, ao assumirem funções de representação sindical, acabam perdendo oportunidades de promoção ou enfrentando estagnação profissional. O debate apontou caminhos para que os sindicatos atuem de forma mais ativa na inclusão desses planos dentro das convenções coletivas, garantindo proteção e reconhecimento às mulheres que se dedicam à luta sindical.

Também ganhou força a proposta de criação de planos de cargos e salários assistidos pelo sindicato dentro das convenções coletivas de trabalho, assegurando transparência e critérios justos de progressão nas carreiras, especialmente nas categorias em que as diferenças de gênero ainda são mais evidentes.

As participantes também acompanharam uma palestra da companheira Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, que trouxe reflexões sobre o papel das mulheres nas negociações e na formulação de políticas de igualdade. Durante a atividade, os grupos apresentaram reivindicações concretas, como o fim da escala 6x1, a ampliação da licença paternidade, o combate às metas abusivas, o aumento da presença de mulheres nas mesas de negociação e, principalmente, a equiparação salarial entre homens e mulheres na mesma função.

O curso será realizado em módulos intercalados, permitindo que as dirigentes apliquem o conhecimento adquirido e retornem em maio de 2026 para avaliar as mudanças e avanços obtidos em seus sindicatos e bases de atuação. A metodologia reforça a prática de formação contínua, com foco em resultados concretos e acompanhamento coletivo.

Para a companheira Elaine Akemi, participar do encontro foi uma oportunidade única de aprendizado e troca de experiências: “Foi uma experiência maravilhosa. Estar entre tantas mulheres comprometidas com a igualdade me fortaleceu ainda mais. Saio desse curso com novas ideias e com a certeza de que a luta por salários iguais e oportunidades justas precisa estar no centro das negociações coletivas”, afirmou.

A presença de dirigentes de sindicatos de várias categorias reafirma o compromisso dessas entidades com o fortalecimento da representação sindical feminina e com a busca permanente pela valorização da mulher trabalhadora, dentro e fora dos espaços de direção sindical.

Fonte: FITIASP