14/11/2025
A União Geral dos Trabalhadores (UGT) vem a público manifestar seu mais veemente repúdio à conduta do Posto Power, registrado como FFP Comércio de Combustíveis, localizado no bairro de Afogados, no Recife, que em pleno século XXI obrigou frentistas mulheres a utilizarem calça legging e camiseta cropped como uniforme de trabalho. Tal exigência, além de ferir a dignidade da pessoa humana, expôs as trabalhadoras a constrangimento, vulnerabilidade e potencial assédio, conforme reconheceu a Justiça do Trabalho da 6ª Região (TRT6), que proibiu a prática e estabeleceu multa diária de R$ 500 por funcionária em caso de descumprimento.
A denúncia, encaminhada pelo sindicato da categoria, revelou não apenas irregularidades no recolhimento do FGTS, mas também o impacto psicológico causado às funcionárias, que relataram abalo em sua saúde mental diante da imposição de roupas inadequadas e sexualizadas. Fotos anexadas ao processo comprovaram que os uniformes eram justos e curtos, desvirtuando a função protetiva da vestimenta e expondo desnecessariamente o corpo das trabalhadoras.
Para a procuradora do Ministério Público do Trabalho, Melícia Carvalho Mesel, a exigência é ilegal em duas frentes: primeiro, por comprometer a segurança das trabalhadoras em ambiente de risco de incêndio, como são os postos de combustíveis; segundo, por violar gravemente a dignidade das mulheres, ao submetê-las à violência de gênero, assédio e à sexualização de seus corpos. “Fere o princípio norteador de todas as relações de trabalho, que é o da dignidade da pessoa humana”, destacou.
A UGT reforça que o ambiente de trabalho é para ser um local acolhedor e não um lugar de assédio, é inadmissível que os corpos das mulheres ainda possam ser vistos como potencial de “vendas”
UGT - União Geral dos Trabalhadores