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UGT: Desigualdade Racial nos Rendimentos Exige Ação Urgente e Políticas que Garantam Oportunidades Iguais


04/12/2025

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A divulgação dos novos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (3) expõe, mais uma vez, uma realidade dolorosa e inaceitável no Brasil: o ganho por hora trabalhada de pessoas brancas foi 64% maior do que o de pessoas pretas ou pardas em 2024. Para a União Geral dos Trabalhadores (UGT), esses números não são apenas estatísticas — são a confirmação de que o racismo estrutural continua profundamente enraizado na cultura brasileira, moldando oportunidades, limitando trajetórias e comprometendo o futuro de milhões de trabalhadores e trabalhadoras.


A desigualdade se torna ainda mais grave quando comparada ao custo real de uma vida digna no país. Segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo necessário para atender às necessidades básicas de uma família brasileira deveria ser de aproximadamente R$ 7.600. No entanto, o salário mínimo oficial está por volta de R$ 1.518, valor que sequer cobre o essencial, especialmente para quem enfrenta as barreiras adicionais impostas pelo racismo.


As diferenças salariais apontadas pelo IBGE evidenciam a crueldade desse abismo racial. Em 2024, trabalhadores brancos em cargos de direção e gerência receberam, em média, R$ 9.831 mensais, enquanto pretos ou pardos nas mesmas funções ganharam R$ 6.446 — uma diferença que ultrapassa os limites da desigualdade e escancara a falta de equidade nas estruturas de poder e comando das empresas brasileiras.


Nos postos com menor remuneração, o cenário também reflete o racismo estruturado nas relações de trabalho. Entre ocupações elementares — como garis, entregadores e trabalhadores domésticos — brancos receberam R$ 1.640, em média, e pretos ou pardos R$ 1.378. É justamente nesses segmentos mais vulneráveis que a desigualdade se mantém mais resistente, reforçando ciclos de pobreza e exclusão.


Para a UGT, estes dados reforçam que o racismo não é uma percepção ou um debate teórico: ele existe, persiste e limita vidas todos os dias. Por isso, é urgente ampliar políticas públicas, garantir ações afirmativas, promover igualdade de oportunidades e combater frontalmente qualquer prática discriminatória nos ambientes de trabalho.


A luta contra o racismo é uma luta por justiça social, dignidade e igualdade. E somente quando todos tiverem acesso ao mesmo direito de oportunidade — sem distinção de cor — o Brasil poderá, de fato, se reconhecer como uma democracia plena e inclusiva.




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