05/12/2025
A União Geral dos Trabalhadores (UGT), por meio de sua secretária da mulher, Maria Edna Medeiros, participou no dia 3 de dezembro de 2025 do Seminário Nacional sobre Violência Política contra as Mulheres no Brasil: diálogos para o enfrentamento, promovido pelo Governo Federal via Ministério das Mulheres.
O evento ocorreu das 8h às 17h no auditório do Centro Universitário UDF, em Brasília-DF, em formato híbrido, com o objetivo de fortalecer estratégias, articular ações e promover um ambiente democrático onde as mulheres possam atuar livres de todas as formas de violência.
O seminário destacou que o machismo e a misoginia são raízes culturais do ódio que culmina no feminicídio, ressaltando a urgência de políticas públicas e mudanças culturais para combater a violência contra as mulheres. Na mesa de abertura, a ministra Carmen Lúcia enfatizou o papel social da mulher em um país democrático e afirmou que para viver a plena democracia é preciso ser livre. Relembrou a frase emblemática do movimento de mulheres durante a Primeira Guerra Mundial — “Our children want bread and our husbands want peace” (“Nossos filhos querem pão e nossos maridos querem paz”) — acrescentando que nós, mulheres, queremos ser livres. Sua fala reforçou o compromisso de manter a democracia firme e inclusiva, sempre em diálogo com parlamentares e juristas presentes.
Ao longo do seminário, diversas mulheres tiveram espaço de fala e compartilharam depoimentos contundentes sobre o machismo estrutural e a violência política de gênero, apontando os números alarmantes de feminicídio e ódio contra mulheres, especialmente evidenciados durante os 21 Dias de Ativismo.
As participantes reforçaram a necessidade de traçar a conexão causal entre machismo, misoginia e feminicídio, compreendendo que o ódio culturalmente alimentado contra as mulheres culmina na forma mais extrema de violência. Entre as propostas debatidas, destacaram-se a criminalização efetiva de homens violentos, a criação de um banco de dados nacional de agressores misóginos e reincidentes em violência doméstica, o reconhecimento do machismo como sistema de crenças que hierarquiza os gêneros e o enfrentamento da misoginia como ódio social que desvaloriza o feminino. Também foram apontados os ataques online como nova frente de violência, onde muitos se sentem encorajados a destilar ódio sem limites, violando regras sociais e morais. O seminário reafirmou que o machismo mata e a misoginia dilacera, e que a luta não é apenas contra comportamentos individuais, mas contra estruturas sociais que perpetuam desigualdade, estereótipos e exclusão. A Secretaria da Mulher da UGT Nacional reforçou seu compromisso em garantir espaços de fala e representação das mulheres ugetistas, em articulação com o Ministério das Mulheres, destacando que não basta listar problemas, é preciso resultados concretos. A sociedade — homens, mulheres e jovens — deve se unir para reduzir os números de misoginia e violência contra as mulheres, quebrando o ciclo de ódio e construindo um futuro democrático e igualitário.
UGT - União Geral dos Trabalhadores