09/12/2025
A nova pesquisa nacional “Mundo do Trabalho – Novembro de 2025” revela um retrato preciso das expectativas dos trabalhadores brasileiros e reforça a importância estratégica do movimento sindical no país. Realizado com 1.505 entrevistados em todos os estados, o levantamento aponta mudanças no modo como a classe trabalhadora enxerga direitos, condições laborais e o papel das instituições que os representam.
*Salário e estabilidade seguem no topo das prioridades*
Segundo o estudo, três pontos se destacam como pilares da vida profissional: o salário, mencionado por 34,6% dos trabalhadores; o tempo com a família, citado por 43,6%; e a estabilidade, destacada por 31%. A busca por uma rotina mais equilibrada, com espaço para descanso e convivência familiar, reforça tendências recentes do mercado de trabalho.
*Fim da escala 6×1 é visto como avanço social*
A proposta de extinguir a escala 6×1, que permitiria ao trabalhador ao menos duas folgas semanais, é amplamente aprovada. Para 30,8% dos entrevistados, a medida impactaria diretamente na qualidade de vida. Outros 26,1% destacam o ganho no convívio familiar, enquanto 24% apontam benefícios à saúde física e mental.
Para o presidente da FENASCON, Paulo Rossi, esses resultados confirmam uma demanda histórica. _“Os trabalhadores brasileiros sempre deixaram claro que querem dignidade e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. O fim da escala 6×1 é uma pauta moderna, necessária e alinhada ao que o mundo inteiro tem debatido”,_ afirma.
*Isenção do Imposto de Renda fortalece o orçamento das famílias*
A pesquisa mostra que 49,6% dos trabalhadores acreditam que a ampliação da isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil impactará muito a vida das famílias. O alívio no orçamento ajuda a recompor a renda e reduz pressões sobre o consumo.
Segundo Paulo Rossi, a medida dialoga diretamente com a realidade da base representada. _“A ampliação da isenção é mais que uma política econômica. É um reconhecimento de que o trabalhador precisa respirar para viver com dignidade. Esse dinheiro volta para a economia e fortalece o país”,_ destaca.
*Empresas são o primeiro canal; sindicatos vêm logo depois*
Outro ponto relevante é o caminho que o trabalhador percorre ao enfrentar problemas com salários, férias ou direitos. A pesquisa aponta que 39,5% procuram primeiro a empresa, enquanto 14,2% buscam diretamente o sindicato. A Justiça do Trabalho aparece em terceiro lugar, com 11,6%.
Para Rossi, essa sequência não surpreende, mas reforça o papel indispensável das entidades. _“É natural que o trabalhador tente resolver com a empresa, mas é o sindicato que tem condições reais de garantir que a lei seja cumprida. Nossa missão é estar perto, orientar e defender quem produz a riqueza deste país”,_ afirma.
*Direitos conquistados têm marca sindical*
O levantamento mostra que 32,9% dos entrevistados reconhecem que os direitos trabalhistas foram conquistados pela ação dos sindicatos, além de 33,8% que atribuem avanços à mobilização popular. A percepção reforça a ligação histórica entre organização coletiva e conquistas sociais.
_“Os direitos não caem do céu. Cada férias remunerada, cada décimo terceiro, cada adicional foi resultado de muita luta. É importante que as pessoas lembrem disso”,_ afirma Paulo Rossi.
*Perspectivas para o futuro dos direitos*
Quando perguntados sobre os próximos dez anos, 49% acreditam que o trabalhador terá menos direitos no futuro. Apenas 33,4% apostam em avanços. O dado sinaliza uma preocupação crescente com reformas e pressões do mercado. Porém, a pesquisa aponta que 49% dos entrevistados confiam que os sindicatos é quem podem defendê-los na preservação dos seus direitos.
Rossi avalia o cenário com firmeza: _“Esse sentimento de insegurança mostra como é urgente fortalecer o diálogo social e reconstruir a confiança nas instituições. O movimento sindical tem papel decisivo para proteger e ampliar direitos.”
UGT - União Geral dos Trabalhadores