11/05/2022
Dados referente a março revelam que mulheres são mais
afetadas pelos desligamentos e que salário de novos contratados é menor do que
o dos admitidos
Após 11 meses de resultados positivos, o setor bancário
apresentou, no mês de março, queda no emprego formal de 212 postos de trabalho
(2.892 admissões e 3.103 desligamentos). Nos últimos 12 meses, o saldo ainda é
positivo, em 11,7 mil postos, impactado pela contratação de profissionais de
tecnologia da informação, vagas não ligadas diretamente a serviços bancários, e
pela convocação, pela Caixa Econômica Federal, de aprovados no concurso de
2014, seguindo ordem judicial.
Durante a pandemia do novo coronavírus, de março de 2020 a
março de 2022, foram fechados cerca de 2 mil postos de empregos bancários. Já
nos últimos 12 meses, foram 47.978 admissões (12,6% da Caixa) e 36.240
demissões. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged).
Gênero, idade e
remuneração
No mês marcado pela luta das mulheres, o saldo de emprego
bancário entre os homens foi positivo em 96 postos, e entre as mulheres,
negativo em 308 vagas. Segundo o movimento sindical, a discriminação é
estrutural no Brasil. Por isso, a luta, principalmente das mulheres, pela
igualdade de gênero deve ser constante.
No que se refere às faixas etárias, houve ampliação apenas
na faixa de 18 a 29 anos, com 447 vagas. Para as demais idades, foram fechados
659 postos. O salário mensal médio de um bancário admitido em março foi de R$
5.558,55, enquanto o do desligado era de R$ 6.414,92.
Ramo financeiro
No ramo financeiro, sem contar a categoria bancária, houve
mais contratações que demissões em todos os últimos 12 meses, com a geração de
47,6 mil postos. Em março, foram abertas 3.402 novas vagas, 12,4% a mais que
fevereiro. No entanto, em comparação ao mesmo mês do ano de 2021 houve redução
de 25,9%.
Entre as atividades financeiras, as que mais contribuíram
para o impacto favorável foram crédito cooperativo (860 vagas), holdings de
instituições não financeiras (813) e corretores e agentes de seguros, de
previdência complementar e de saúde (480).
Caged geral
Em março de 2022, o Novo Caged mostra que o emprego com
carteira assinada teve crescimento de 136.189 postos. Em relação aos resultados
gerais do mercado, que inclui o trabalho informal, no primeiro trimestre de
2022, a desocupação estava em 11,1%, ou 12 milhões de trabalhadores, segundo a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.
Havia também 27,3 milhões de pessoas subutilizadas e cerca
de 4,7 milhões desalentados. Dos 95,2 milhões de ocupados, 46,2 milhões (48,5%)
estão em postos sem carteira assinada ou atuam por conta própria, montante
superior aos protegidos pela legislação trabalhista, dados que reforçam a
precarização no mercado de trabalho brasileiro.
Fonte e Foto: Contec
UGT - União Geral dos Trabalhadores