22/06/2022
Segundo Aneel, alta reflete inflação e maior custo com
térmicas
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou
nesta terça-feira (21) reajustes de até 64% nas bandeiras tarifárias cobradas
na conta de luz para custear o uso de térmicas. Segundo a agência, a alta
reflete a inflação e o maior custo com essas usinas.
A expectativa do mercado, porém, é que a taxa extra não seja
necessária em 2022, diante da recuperação dos níveis dos reservatórios das
hidrelétricas. De acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico),
esse nível chegou a 74,4% na segunda (20).
A bandeira amarela, mais barata, terá reajuste de 59,4% e
passará a custar R$ 2,989 para cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos. Já a
bandeira vermelha nível 1 sobe 63,8%, para R$ 6,50. A bandeira vermelha nível
2, mais cara, aumenta 3,2%, para R$ 9,795.
O sistema de bandeiras tarifárias tem ainda uma bandeira
verde, sem custo adicional para o consumidor, usada em períodos de pouco uso de
energia térmica, como o atual.
"O acréscimo verificado nos valores se deve, entre
outros, aos dados do mercado de compra de energia durante o período de escassez
hídrica em 2021, ao custo do despacho térmico em razão da alta do custo dos
combustíveis e à correção monetária pelo IPCA, que fechou 2021 com aumento de
10,06%", diz a Aneel.
Os novos valores passam a valer em julho, mas a Aneel ainda
não confirmou qual das bandeiras será utilizada no mês. A tendência é que se
mantenha com a bandeira verde, sem cobrança adicional.
Na segunda, as usinas térmicas responderam por 11,6% da
energia gerada no país, menos da metade dos piores momentos da crise hídrica de
2021. Essas usinas são mais caras por usarem combustíveis fósseis, como gás
natural ou óleo diesel.
O sistema de bandeiras tarifárias foi implantado em 2015 e,
segundo a Aneel, já representou uma economia de R$ 4 bilhões ao consumidor ao
evitar a incidência de juros sobre o pagamento da energia gerada por térmicas.
Além disso, diz a agência, sinalizam que o país está
demandando energia mais cara, permitindo que o consumidor se planeje. "Se
a bandeira está vermelha, ele sabe que é conveniente economizar, ter um consumo
mais consciente e evitar o desperdício de água e energia".
Durante a crise hídrica, o governo estabeleceu uma taxa
extraordinária, de R$ 14,20 por cada 100 kWh consumidos, para bancar térmicas
mais caras acionadas para preservar os reservatórios. Essa bandeira foi extinta
em abril.
Fonte e Foto: Folha de São Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores