04/07/2022
Daniella Marques promete apuração ágil e rigorosa na
investigação das denúncias contra Pedro Guimarães
A nova presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella
Marques, afirmou neste domingo (3) em entrevista à TV Record que vai conduzir
uma apuração ágil e rigorosa sobre as denúncias de assédio sexual feitas por
funcionárias do banco contra o ex-presidente Pedro Guimarães.
"Asseguro que tudo será feito com independência,
rigMarques reforçou que, como mulher, entende o sentimento das funcionárias
neste momento. "Já me disseram que banco não era lugar de mulher, sei um
pouco das barreiras que norteiam essa causa", afirmou.
A nova presidente fez um breve relato de suas metas à frente
da instituição em entrevista ao programa Domingo Espetacular.
"A Caixa é um banco com 161 anos de história, de quase
150 milhões de clientes e tem 250 mil colaboradores, mas o que eu propus como
estratégia é que, independentemente do resultado das apurações, se existem
culpados ou não, essa causa é para já", disse.
or e seriedade, e, se realmente for comprovado, todas as
punições cabíveis serão feitas", afirmou."A gente não deveria estar
falando de assédio. Metade das mulheres do Brasil são vítimas de assédio no
trabalho, então a Caixa, que sempre foi o banco de todos os brasileiros, daqui
para a frente —e tenho aprovação de todos os órgãos internos para isso— vai ser
a mãe da causa das mulheres. Não é aceitável que haja violência contra
mulher."
Na quarta-feira (30), o conselho de administração da Caixa
aprovou a realização de uma auditoria externa para apurar as denúncias de
assédio sexual e rastrear outros membros da cúpula que acobertaram a situação.
A decisão levou em consideração que vítimas indicaram que os
episódios eram conhecidos por ao menos parte da diretoria e dos vice-presidentes
da Caixa, que nada fizeram para apurar a conduta de Guimarães.
Marques reforçou a importância dessa decisão e da agilidade
em apurar o que ocorreu.
"Vou implementar um ritmo de mulher, acelerado, com
tudo ao mesmo tempo. Já na sexta-feira, quando assinei internamente o termo de
posse, me reuni com alto comando da Caixa e definimos um plano de ação",
afirmou.
"O primeiro passo foi o afastamento de outras pessoas
que estão evolvidas nas apurações, porque agora temos de proteger a imagem da
instituição", afirmou.
Nesse processo de identificar quem pode ter sido conivente
com as irregularidades, o vice-presidente de Negócios de Atacado da Caixa,
Celso Leonardo Barbosa, também deixou o cargo. Barbosa substituía Guimarães no
comando da instituição com frequência, e a avaliação é que seria muito difícil
ele não ter conhecimento da conduta do chefe.
Marques também quer criar um comitê de crise para apurar os
episódios narrados pelas vítimas e identificar outros possíveis envolvidos.
A nova presidente da Caixa também afirmou que na sua gestão
uma das prioridades será contribuir para o fomento dos pequenos negócios.
"Qual é a maior alavanca de transformação social? O
empreendedorismo. Todos os programas sociais são contratados pela Caixa, mas,
além de assistência, queremos dar independência com apoio ao
microempreendedorismo", afirmou.
Daniella Marques trabalhou com o ministro Paulo Guedes
(Economia) no mercado financeiro antes de integrar o atual governo.
Como chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos
da Economia, atuou nos bastidores de negociações políticas, função que
continuou exercendo, ainda que de maneira informal, após assumir, em fevereiro,
a Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, cargo que
deixou para comandar a Caixa.
Colegas de trabalho no governo a descrevem como uma
profissional dedicada e que trabalha por horas a fio para assegurar o
cumprimento das "missões" dadas pelo ministro e pelo presidente Jair
Bolsonaro (PL), de quem também se tornou uma interlocutora direta, frequentando
o Palácio do Planalto.
Fonte e Foto: Folha de São Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores