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Desemprego no setor industrial do Brasil piora a cada mês, diz IBGE


22/06/2015

Rio - O mercado de trabalho na indústria mostra, a cada mês, mais deterioração. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na sexta-feira, revelaram que, em abril, o desemprego no setor cresceu 5,4%, na comparação com o mesmo mês em 2014. Foi a queda mais intensa desde setembro de 2009, quando registrara retração de 6,1%. Mais atualizado, o Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho registrou que, em maio, a indústria atingiu saldo líquido negativo de vagas formais, da ordem de 62.044 — queda de 60.989 na transformação e de 1.055 na extrativa. Foi o pior mês de maio para o mercado de trabalho no setor dos últimos 23 anos. 

 

No acumulado de janeiro a abril, a indústria de transformação registra retração de 6,3% na produção física. Já a indústria extrativa, em melhor momento, tem um crescimento de 10,5%. Segundo o IBGE, em abril houve um encolhimento do contingente de pessoal ocupado em todos os 18 ramos industriais pesquisados. Embora a crise seja generalizada, a situação é ainda mais difícil nas atividades que integram as categorias de bens de capital e de bens duráveis. 

 

“Esse segundo trimestre do ano está mostrando um aprofundamento da redução da produção industrial. E, claramente, os números do emprego denotam uma crise na baixa capacidade de consumo da população e também da redução de investimentos na economia como um todo, seja pela queda de investimentos do governo, seja pelas empresas”, afirma o gerente de economia da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Guilherme Leão. 

 

Na indústria de meios de transporte, o desemprego cresceu 10,5%; na de produtos de metal, o aumento foi de 10,8%; e na de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, de 12,4%. Mas as dificuldades do mercado de trabalho vão além e envolvem também as indústrias de bens semiduráveis e não duráveis, como os alimentos e bebidas, com retração de 2,7% no total de pessoal ocupado. Já nos setores intensivos em mão de obra, como a indústria de calçados e couro e vestuário, a queda é mais intensa, de 7,9% e 5,4% — todas as taxas comparadas a abril do ano passado. 

 

Até mesmo a indústria extrativa registrou aumento no desemprego em abril, de 5,3%. Em maio, o Caged apontou, também, para encolhimento no mercado de trabalho no segmento. No mês, o saldo líquido na indústria extrativa foi negativo em 1.055 vagas formais de emprego — 3.519 admissões e 4.574 demissões. 

 

“É uma indústria muito intensiva em bens de capital. Infelizmente, a reação na produção não condiz com o aumento do emprego. É uma pena, mas faz parte da estrutura da produção do setor”, salienta o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e professor da Unicamp Júlio Gomes de Almeida. 

 

Outro dado preocupante é o número de horas pagas na indústria, que caiu 6% — a mais intensa queda desde setembro de 2009 (-6,1%). Um indicador de que mais demissões devem ocorrer no curto prazo, conforme observa Júlio de Almeida. “A primeira alternativa das empresas, antes de demitir, é cortar em horas extras”. 

 

Guilherme Leão ressalta que, mais do que em outros setores, na indústria a decisão pela demissão é a última opção. “A indústria usa um trabalhador mais qualificado e que passou por um programa de treinamento. Quando se observa a aceleração do desemprego, isso indica que o empresário não tem expectativas de que seu negócio retome a um bom nível de produção no curto prazo”, diz. 

 

No quadro geral, a situação do mercado de trabalho no país é ainda bastante delicada. Em maio, houve o fechamento de 115.599 postos de trabalho formais, conforme apontou o Caged. Além da indústria, os serviços, a construção e o comércio lideram o fechamento de oportunidades no mês, com o encerramento de 32.602, 29.795 e 19.351 postos formais. 

 

No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, já foram demitidos mais de 243 mil profissionais com carteira assinada. O comércio é a atividade que mais encerrou vagas, com 159.315 oportunidades fechadas. Em seguida aparece a construção civil, com 108.573 vagas extintas no período. Em último lugar, está a indústria, que congelou 98.053 postos. Já os serviços registram saldo líquido positivo de 78 mil vagas.

 

 

Fonte: Ig


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